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Os prisioneiros conjugais

Você já deve ter ouvido falar, ou pior, ter passado pela situação, de ter seu companheiro(a) de relacionamento roubando ou tentando roubar a senha do seu e-mail, tomando seu telefone e tentando invadir seu whatsapp, vasculhando seu perfil no facebook, twiter ou Snapchat, enchendo seu saco perguntando toda hora coisas do tipo: quem é aquele amigo(a) novo que você aceitou? Quem é aquele(a) que está te curtindo, te dando os parabéns? Porque você nunca me apresentou?

E acreditem, tem coisa bem pior, do tipo, companheiro(a) que precisa deixar bloqueado seu messenger, whatsapp e outras mídias de todos os seus amigos, ex que se tornaram amigos, conhecidos da faculdade ou da escola, caso contrário a relação poderia explodir em brigas intermináveis.

Caso, meu amigo ou minha amiga, você passou ou passa por uma dessas situações, parabéns, você é um prisioneiro “emocional”.

Sabe aquele criminoso que está privado da sua liberdade atrás das grades? Pois é, você emocionalmente está quase igual a ele, a diferença é que você pode andar e ir aonde quiser, mas é prisioneiro emocional do seu relacionamento devido a doença do seu companheiro(a). Então fique atento, acendeu o sinal de alerta. Ciúmes e possessividade podem destruir seu relacionamento e também sua vida, para sempre.

A liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade. O ciumento e o possesivo acreditam nisso, como um mantra, com a única diferença de que você deve viver a vida dele, ter os mesmos amigos dele, os mesmos gostos dele, caso contrário, você não estará exercendo sua liberdade, mas sim, sendo um traidor.

A psicologia explica que os ciumentos e os possessivos podem agir de duas formas, a primeira delas é a protecionista, na qual a pessoa ciumenta acha que o outro está se afastando e redobra os cuidados para não perdê-lo. Ela passa a se cuidar mais, fazer academia, muda o cabelo, por exemplo. Já o retaliador tem outra forma de expressar o ciúme. Ele vai checar por que o companheiro(a) está atendendo ao telefone, vai até a casa deste e a revista, certo de que vai encontrar algo comprometedor.

O ciumento é dominado por um sentimento de posse, portanto, ele tolhe a liberdade do outro. Não há nada mais terrível em uma relação que o sentimento de posse. Pessoas assim transformam a sua vida para pior quando você se junta com elas. Ciumentos e possessivos não entendem que a confiança é fruto do amor e a liberdade é o ápice deste sentimento nobre.

A liberdade é muito mais do que um corpo balançando por aí e fazendo escolhas, mas é sim, um estado psicológico de plenitude. Ciúmes e possessão são doenças de uma alma prisioneira de si mesmo, de seus próprios conflitos, traumas e perturbações, causando inúmeros desgastes, brigas intermináveis e infelizmente, muitos crimes.

Seja livre, ame com toda a sua alma e deixe sempre a pessoa amada livre para amar você, pois ela está com você por opção, por escolha dela, e esta é a prova do valor que ela lhe confere. Se um dia você deixar de ser correspondido, se a pessoa lhe abandonar, mesmo por outro(a), siga em frente e tente ser feliz, desejando também que seu ex companheiro(a) seja feliz no seu novo desafio conjugal.

Tudo na nossa vida são provas, desafios existenciais, e para passarmos por todos eles precisamos das pessoas, precisamos delas para nos auxiliarem, para serem o remédio da nossa dor na caminhada, mas nunca para transforma-las em nossos prisioneiros emocionais. Joanna de Angelis nos informa que os relacionamentos de qualquer natureza dependem sempre do nível de consciência daqueles que estão envolvidos.

Havendo maturidade psicológica e compreensão de respeito pelo outro, facilmente se aprofundam os sentimentos, mantendo-se admirável comunhão de interesses e afinidades, que mais se intensificam, à medida que as circunstâncias permitem o entrosamento da convivência.

Quando se trata de um relacionamento que envolve a comunhão sexual e os interesses se mesclam com os desejos de posse e de prazer hedonista, de ciúmes e possessão, a convivência tende a desmistificar o encantamento inicial, dando lugar a futuros desinteresses, ressentimentos e, não raro, ódios e desejos de vingança, o que é sempre muito lamentável.
Pare já com a atitude de vasculhar a vida do seu parceiro(a), isso é indigno, se achares que só consegues ficar com alguém agindo assim, mude enquanto é tempo. Para que sofrer com o que não aconteceu ou com o que poderá acontecer? A vida é muito curta para semearmos a nossa própria infelicidade.

Procure um bom terapeuta, abra seu coração quanto ao seu estado ciumento e de possessão, convide seu parceiro(a) para lhe ajudar nesta jornada terapêutica, mas faça isso já, sob pena de ver acabar a sua vida e perceber que os castelos fantasmagóricos que criastes em seus relacionamentos foram todos, ou a maioria, ilusões de sua mente doente.

Obrigado, paz e luz

Paulo Ratki

Analista e Coach Especialista em Inteligência Emocional Six Seconds Emotional Intelligence Assessment – SEI Presidente do LIDE RS Líderes Empresarias Grupo Dória

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