Os testes psicológicos possuem relação com as projeções que o sujeito faz de um objeto, expressando suas representações mentais, possuindo traços de personalidade do indivíduo.

Inicialmente, os testes foram utilizados como meio de rotular os doentes e débeis mentais e foram muito criticados por seus métodos psicofísicos e pela pouca precisão científica de seus resultados. A avaliação continua a ser questionada, sendo útil e necessário gerar mais estudos e pesquisas para reconhecer-lhe a importância e valorizá-la.

Para Witter e David (1996), a avaliação de uma maneira geral, seja ela psicológica ou não, é de extrema relevância para a tomada de decisões, ou seja, a avaliação serve para orientar uma ação mais segura e adequada do psicólogo no seu trabalho. Assim, o profissional que interpreta os resultados deve usá-los adequadamente.

Dentre os principais problemas destacam-se: a definição pouco simples do que o instrumento mede, e a dificuldade encontrada na habilidade do psicólogo para compreender os dados e para fazer relações entre os diversos resultados encontrados, através dos próprios testes ou de qualquer outra técnica utilizada. Para Pasquali (1991), parte da dificuldade pode ser atribuída ao descaso de nossos pesquisadores, que pouco se preocupam com as qualidades psicométricas dos instrumentos psicológicos.

Na verdade, esta é uma discussão ampla e que envolve muitas instâncias do ser e do fazer psicológicos. Se por um lado, existe o psicólogo que está atuando na prática, que não está preparado para as solicitações do mercado profissional e que não está atualizado, por outro lado, tem-se instituições formadoras que não estão formando de acordo com as necessidades profissionais, e por outro lado ainda, tem-se os pesquisadores cujos conhecimentos e descobertas não estão sendo transmitidas de maneira eficientes.

Um destaque deve ser dado para o trabalho de Almeida, Prieto, Muñiz e Bartram (1998), que fizeram um estudo interessante a respeito do uso dos testes em alguns países como: Portugal, Espanha e Ibero-Americanos (dentre eles o Brasil) e chegaram à conclusão de que os problemas mais frequentes na prática dos testes são: usar testes inadequados para algumas situações; não estar em sintonia com as modificações da área; realizar avaliações incorretas; não usar folhas de respostas padronizadas; não ter clareza das limitações dos instrumentos quanto às normas; aplicação de testes por leigos; não adaptação dos instrumentos para os determinados países ou regiões; não arquivar os instrumentos e não dar o devido seguimento aos estudos dos testes e fazer interpretações que extrapolam o instrumento.

Podemos nos dar conta de que ainda é a formação que dirige a ação do psicólogo e, para que se obtenha uma ação com um mínimo de problemas graves e frequentes, deve-se investir na preparação do profissional.

 

Referência:

NORONHA, A. Os problemas mais graves e mais freqüentes no uso dos testes psicológicos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 2002. Disponível em: www.scielo.br/pdf/prc/v15n1/a15v15n1.pdf

Nayara Liberato Romais

Graduada em Psicologia pela Faculdade Brasileira Multivix - Vitória. Possui experiência nas áreas Escolar, Social, Clínica e Saúde Mental. Exerce a prática clínica psicanalítica em consultório e não há um público específico a ser atendido, pois pela via da psicanálise trabalhamos com pacientes em sofrimento.

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Nayara Liberato Romais

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