O tratamento pioneiro que fez entrar em remissão o linfoma em fase terminal do mineiro Vamberto Luiz de Castro será testado em mais quatro pacientes até julho de 2020, de acordo com um dos pesquisadores do grupo responsável pela criação de técnica de terapia genética pioneira no país.
“Minha expectativa é que até o primeiro semestre de 2020 vamos ter realizado pelo menos mais 4 tratamentos compassivos”, contou ao G1 o hematologista Eduardo M. Rego, que é pesquisador do Centro de Terapia Celular (CTC-Fapesp-USP), entidade que concentrou as pesquisas.
Ainda de acordo com o hematologista, os próximos passos para esta descoberta incluem a realização de um estudo clínico, que deve durar dois anos e ter um grupo maior de pacientes – ele não define prazos, nem número de atendidos.
A expectativa é que, junto com o acompanhamento de Vamberto, os resultados que virão a ser obtidos com os próximos quatro pacientes também sirvam para guiar os os rumos do projeto.
“No estudo clínico é onde poderemos testar a eficácia e a segurança do tratamento. Tem que garantir que ele é eficaz e seguro, a partir daí podemos pleitear que essa estratégia seja incorporada ao SUS, mas aí vai entrar uma discussão de orçamento, que a gente não controla.”, ressaltou Rego.
Se as etapas de estudos e pesquisas continuarem a se manter promissoras, o coordenador do CTC Dimas Tadeu Covas, avalia que o tratamento pode ser adotado em larga escala com adaptações nos laboratórios de produção.
“Os investimentos necessários para ampliação da capacidade produtiva são de pequena monta, da ordem de R$ 10 milhões”, afirma Covas.
Próximos passos
O primeiro paciente a estar “virtualmente” curado de um linfoma a partir desta técnica ainda segue em tratamento, com medicações e sessões de fisioterapia para reabilitação após 40 dias em que ficou internado. O mineiro Vamberto receberá o diagnóstico final de cura após cinco anos de acompanhamento da equipe médica.
O linfoma é um câncer que afeta as células do sistema linfático, que é uma parte importante do sistema imunológico, ou seja, o sistema de defesa do nosso organismo que ajuda a combater infecções. No linfoma, essas células passam a se proliferar de forma descontrolada.
Nos próximos meses, os pesquisadores esperam poder realizar mais quatro tratamentos no CTC. De acordo com o hematologista Eduardo M. Rego, todos serão feitos até o fim do primeiro semestre de 2020. Este passo será realizado apenas em formato compassivo, com pacientes que não tenham mais nenhuma opção de tratamento.
Após estes pacientes, o grupo pretende abrir um protocolo de pesquisa clínica que atenderá mais pacientes em um prazo de dois anos. Depois deste período é que apresentarão os resultados do estudo para a Anvisa, que irá decidir se o tratamento poderá ou não ser liberado no país em escala.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de SNB.
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