Em encontros com pais, pai ou mãe ou ambos, até cuidadores e educadores é muito comum, questionamentos acerca de limites e regras. Quando pequeninos tudo que as crianças fazem parece terem graça, mas à medida que crescem e passam a se aperceberem cheios de vontades próprias, a graça pode diminuir de tamanho. Deixando alguns pais de cabelos em pé!
Estas fases são mais evidentes quando, das birras, em crianças mais mimadas ou quando não dão descanso aos pais ou na escola. A maioria dos pais na atualidade trabalham e ao chegarem em casa cansados, merecem e precisam que seus pequenos contribuam fazendo algumas pequenas tarefas que muito ajudará para um ambiente mais tranquilo. O amor é fundamental, e nele também está contido a necessidade de se estabelecer regras e limites, só assim as crianças crescerão autoconfiantes e com uma boa autoestima. Filhos seguem exemplos dos pais, mais que palavras, não se esqueçam.
Ensinando assim a criança a manter com a família um relacionamento respeitoso em relação aos valores daqueles com quem convivem.O grande segredo para o funcionamento de regras é o estabelecimento de poucas regras.
No livro “Pais presentes, pais ausentes” da autora Paula Gomide, revela que , para o sucesso é necessário que tais regras não se excedam no exagero, ou seja, quanto mais simples, claras e coerentes mais fáceis serão para se aplicarem, as crianças entenderem, incorporarem e adotarem-nas.
Regras muito rígidas e difíceis só se tornam possibilidades para a quebra delas e desentendimentos entre pais e filhos.
Ex. Se uma mãe deseja que seu filho seja organizado. Ela pode no primeiro dia, ajuda-lo mostrando como se faz. Pode repetir até perceber que ele seja capaz de fazê-lo sozinho, gradativamente vai permitindo que ele se sinta feliz por desenvolver cada vez mais e melhor suas funções sem auxílio. O que não pode é uma família desorganizada obrigar o filho pequeno a ser organizado.
Motive-o elogiando e apoiando seu desenvolvimento e empenho. Mesmo que não tenha atingido a meta. Pais muito críticos adoecem seus filhos. Quanto menor for a criança melhor será o início, ela adere rapidamente e cresce mais responsável e solidária nas atividades domésticas, refletindo em todos os outros aspectos inclusive escolares.
Detalhe : As dificuldades devem ser proporcionais a idade da criança.
Lembre-se, regras também podem ser flexíveis, ou seja, negociáveis.
Veja, se uma criança é sobrecarregada com tarefas as quais não tem condições, ou que não foi ensinada para tanto, obviamente que não conseguirá. As atividades devem ser de acordo com a idade e a maturidade para exercê-las. Mas quando são ensinadas com atenção e cuidado com habitualidade, sem puxar, exigir muito além da capacidade da criança, só trará bons resultados. Não faça regras para aceitar quebra-las, isto é destrutivo para as crianças.
O que foi combinado e ela se dispuser a fazer, não pode ser negligenciado. É preciso uma razão muito pertinente para não as fazer. Não se recomenda bater em crianças em nenhuma idade, pois enseja nelas a agressividade, sentimento de rejeição, desamor, baixo autoestima e outras desordens emocionais significativas. Um bom diálogo, com a perda de algum privilégio será o suficiente para que ela volte a aderir ao contrato.
Outra dica é, não caia na manipulação, crianças gostam de fazer ” biquinho”, fazendo o adulto sentir pena, ou culpado, os pais acabam descumprindo as regras. Se o castigo combinado seria não jogar ‘games”, ainda que a criança chore, não ceda.
Crianças trazem educação de casa, às regras de comportamento ajudarão à que na medida em que elas cresçam, diferenciem entre o certo e errado. É melhor memorizarem poucas do que nenhumas.
Não esqueça:
Sem perder a autoridade ou fazer muitas cedências, tente manter alguma flexibilidade.
Nunca ameace a criança, por exemplo: tirar uma semana de televisão, se você não terá coragem para fazê-lo.
Quando for estabelecer uma regra, explique a importância dela e o que acontecerá caso descumpra. Fale calmamente, explicando da forma mais clara possível, ao final veja se a criança ainda tem dúvidas.
Quanto as consequências do não cumprimento das regras. “Castigos “devem ser bem claros e executáveis. Dê-lhe alguma liberdade dentro do cumprimento das regras, ou seja, se ela souber que às 21h00 precisará ir para a cama, terá de escovar os dentes e arrumar os brinquedos; deixe-a escolher o que fazer primeiro.
As regras também podem ser divertidas. Procure dar igual atenção ao bom comportamento também, fale de vez em quando sobre as qualidades da criança para ela, mostre orgulho quando ela fizer algo que você não pediu, por exemplo: Na arrumação de seu material, ou na disposição dos seus livros na gaveta, lavar as mãos sem que ninguém lhe tenha dito, elogie-a e dê-lhe mimos. Uma ida ao parque ou jogar bola ou queimada ( jogo de atirar a bola um no outro), com a criança será suficiente. Castigos, nunca devem envolver necessidades básicas, como alimentação, higiene e sono.
Nada deixará a criança mais feliz que receber atenção sincera e afeto, por isso,é natural quando não recebam atenção suficiente, provoquem a ira dos pais,como uma forma de manter seus pais por perto. Sabe aquela história, ruim apanhar mas sem atenção é pior ?
Há crianças que prefiram apanhar de seus pais mantendo-os a seu lado, que portarem-se bem e os pais estarem ausentes. Ou que se portem bem para terem atenção dos pais. Quando a criança se portar bem e pedir alguma coisa com calma e educação, pondere fazer-lhe a vontade quando o solicitado pela criança é possível e compreensível.
Faz parte das regras a construção delas também com a participação da criança. A flexibilidade é no bom senso, no afeta na intenção da construção do caráter e integridade da criança.
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