Abaixo, um conto de Paola Klug traduzido por Rui Sá e postado na ContiOutra
“A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo.
Havia que ter cuidado para que a tristeza não entrasse nos olhos, porque iria fazer com que chorassem, também não era bom deixar entrar a tristeza nos nossos lábios porque iria forçá-los a dizer coisas que não eram verdadeiras, que também não se metesse nas mãos porque se pode deixar tostar demais o café ou queimar a massa. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…”
A minissérie espanhola "O Jardineiro" estreou na Netflix em 11 de abril de 2025 e…
Japão enfrenta onda de mortes de idosos por cuidadores familiares sobrecarregados; especialistas alertam para crise…
Afinal, de quem as crianças herdam o cérebro? A ciência tem uma resposta surpreendente.
Aprenda a identificar sinais de fofoca no dia a dia e descubra estratégias para proteger…
Neste artigo, você vai descobrir dicas práticas para manter o foco, além de conhecer uma…
Em recente entrevista, o ator de 60 anos surpreendeu ao compartilhar histórias íntimas da vida…