A vida é isso, instantes, momentos. Ao falar isso, me vem à mente uma metáfora feita por Rubem Alves ao dizer que cada ano é como um palito de fósforo que se passou e não mais acenderá. Podemos reduzir essa metáfora aos momentos: cada momento é um palito que, depois de aceso, não mais tornará a acender. Mediante isso, o que cabe a mim é deixar esse palito queimar ao máximo que eu puder segurá-lo em meus dedos.
Não há atrasados, apenas tempos diferentes. Como cantou Renato Russo “Temos nosso próprio tempo”.
O tempo não é obrigado a seguir ordens cronológicas, não necessariamente beneficia “quem chegou primeiro”. Simplesmente, o tempo sabe a hora de chegar para cada um. São tempos diferentes para cada, mas ele sempre vem. Entretanto o momento certo só o próprio tempo sabe. Não há quem o segure, como também não há quem o apresse. Somos alheios a ele. O que cabe a nós é a tarefa de plantar, de cultivar o que desejamos colher.
E, nos momentos de alegria, jubilar, e nos momentos de tristeza, fazer poesia das dores. Como nos fala o filósofo “Quando com ele [o tempo] não posso, faço acordo: sorrio com os motivos de suas alegrias e poetizo as tristezas que de suas mãos se desprendem. Mas quando com ele posso, eu dele me esqueço… e vivo!” Acho que não poderia estar mais certo. Quando ele não me for favorável, eu buscarei fazer poesia, criar arte dessa dor; em contrapartida, quando ele me for favorável, eu nele viverei intensamente.
Por tantas vezes planejamos a nossa vida, os caminhos que queremos trilhar, porém esquecemos que esse “mapa” não é vida, ele é fluxograma, e a vida simplesmente segue a própria vida e não esse nosso mapeamento. É muito válido que tenhamos planos, porém sempre devemos nos lembrar de que a vida não tem compromisso com esses desenhos nossos, ela nos levará para as trilhas que só ela sabe como chegar, afinal somente a vida governa a vida, não nós. De início isso parece bem assustador, mas de fato sempre é bom lembrar que a vida é muito mais sábia e amorosa do que nós imaginamos.
Por fim, cito mais uma vez Rubem Alves quando ele diz que chegou aonde chegou porque tudo o que ele planejou deu errado. Ele nunca imaginou ser escritor e inclusive não se preparou para isso, todavia a vida nos leva aos caminhos que jamais imaginamos, mas que sempre nos faz tão bem. Cada erro é uma ponte para chegarmos onde temos que chegar e quedas e tropeços não enfeiam a vida, pelo contrário elas serão as pedras que reterão calor para esquentar as flores quando os dias frios vierem.
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