O pediatra Daniel Barbosa de Oliveira Veloso, de 33 anos, viralizou nas redes sociais ao compartilhar um vídeo em que alerta pais e mães a pensarem duas vezes antes de comprar balões de gás hélio para a festa de aniversário de seus filhos. “Ah, os balões! Alegria da criançada e terror dos pediatras! Pelo amor de Deus, mãe, me ouve! Sabe quantas crianças sobreviveram a acidente com o balão? Uma criança no mundo”, alertou o profissional.
Daniel, que trabalha no hospital infantil focado em trauma de Goiânia, Goiás, conversou com a revista Crescer sobre os riscos do produto para as crianças.R Ele explicou que o gás hélio não é tóxico, mas a inalação pode causar a falta de oxigênio. “Quando uma criança inala hélio, o gás desloca o oxigênio dos pulmões, impedindo que o oxigênio essencial chegue ao cérebro e a outros órgãos vitais. O hélio não participa das trocas gasosas nos alvéolos pulmonares”. Isso pode levar rapidamente à asfixia (sufocamento) e hipóxia (baixo nível de oxigênio no corpo), resultando em tonturas, perda de consciência e, em casos graves, danos cerebrais permanentes ou morte súbita.
“Inalar hélio de um cilindro pressurizado pode causar um aumento repentino da pressão nos pulmões, levando ao barotrauma. Isso pode resultar em lesões como pneumotórax (colapso do pulmão), enfisema subcutâneo [presença de ar ou bolhas de ar embaixo da pele] ou embolia gasosa [presença de gás no interior dos vasos sanguíneos], que são condições médicas graves”, afirma o especialista.
A hipóxia causada pela inalação de gás hélio pode provocar danos neurológicos devido à privação de oxigênio no cérebro. “Pode haver comprometimento das funções cognitivas, dificuldades de aprendizado, perda de memória e, em casos extremos, danos cerebrais permanentes”, alerta Daniel Veloso.