Pela saúde mental, é preciso mais terapia e menos comprimidos

Viver com problemas de saúde mental em várias partes do mundo ainda está associado a um forte estigma e discriminação, e a situação não é diferente em Portugal, afirma um estudo realizado pelo Conselho Nacional de Saúde do país, o CNS.

Pessoas com saúde mental debilitada encontram “barreiras ao seu pleno reconhecimento como cidadãos”, diz o estudo, acrescentando ainda que o tratamento adequado, acompanhamento, reabilitação e o apoio social é fundamental para que possam ter uma participação plena na sociedade, no mercado de trabalho e família.

Muito além do estigma e da discriminação, doentes mentais também têm dificuldades no acesso a estruturas de apoio social”, alerta o estudo, defendendo que a articulação entre o setor da saúde e o setor social precisa de ser reformulada e adequada ao grande número de doentes e famílias que carecem de apoio.

Os autores do estudo do CNS, órgão independente de consulta do Governo, salientam a importância de “reconhecer que a saúde mental e os seus problemas são determinados pelas condições sociais”, sendo mais prevalentes nas pessoas mais pobres e com menor nível de educação, o que implica a adoção de abordagens abrangentes e intersetoriais.

“É fundamental assegurar não apenas os direitos daqueles que vivem com doença mental, incluindo familiares e cuidadores, mas também promover a sua participação na definição das políticas que lhes são dirigidas”, defendem, alertando ainda para a necessidade de regulamentar o Estatuto do Cuidador Informal.

Para os autores do estudo, a grande maioria dos casos de depressão e ansiedade são tratados com medicamentos devido à ausência de terapia psicológica nos centros de saúde do país.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do CNS, Henrique Barros, afirmou que o país partiu de “uma situação em que a doença mental era varrida para um espaço confinado, de esquecimento e de silêncio”, em que “o número de profissionais era extraordinariamente exíguo”.

“Esse foi o caminho que teve de ser feito, mas agora é tempo, naturalmente, de investir mais, de acelerar e de responder às necessidades que forem encontradas”, defendeu.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Sapo 24.
Imagem destacada: Reprodução.






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