Olá Maurício! Gostei dessa abordagem sobre a necessidade de se expandir o diálogo sobre o tema drogas. Durante minha experiência profissional de Psicólogia, percebi que o que falta para a comunidade é a informação dos malefícios da substância e consequências comportamentais do uso contínuo das drogas. Mas o que vi acontecer foi a falta de compreensão dos médicos, que ainda não estão preparados para um trabalho multidisciplinar, prejudicando o trabalho de reestruturação dos pacientes dependentes químicos. Preocupados com seu tempo de trabalho, não se colocam à disposição do trabalho em conjunto, avaliando dosagens de medicamentos antidepressivos e a necessidade de ter uma avaliação orgânica mais complementar. Acredito que o sistema de saúde ainda não se qualificou para a forma de atendimento multidisciplinar. Esse é um tema bom de se comentar aos pacientes dependentes, sobre a necessidade de buscar apoio nos diversos campos da saúde para o sucesso do tratamento. Caso contrário não haverá um sucesso esperado do paciente.
Pergunta sobre drogas e tratamento
Boa tarde, Cristiane!
Partilho de suas preocupações. Acredito que o problema do atendimento médico precário se deve em grande parte (mas não só) a um viés das próprias gestões (municipais ou OSS) que cobram do médico grandes quantidades de atendimentos centrados apenas no preenchimento de receitas e elaboração de laudos. Quando trabalhei em CAPS para dependência química, a maior resistência que encontrei para implementar grupos terapêuticos de usuários e de familiares veio por parte dos próprios gestores, que queriam “priorizar” meu tempo só para atendimentos “clínicos”, ou seja, receitas e laudos.
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