Uma notícia ventilada ontem causou furor na comunidade científica e vêm trazendo esperança a muita gente pelo mundo: pesquisadores da Universidade de Utrecht e do Erasmus Medical Center, na Holanda, e da empresa Harbour BioMed anunciaram que identificaram um anticorpo monoclonal humano que pode ser capaz de impedir que o vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19, infecte nossas células.
De acordo com a pesquisa, que foi publicada na revista Nature Communications, a eficácia do anticorpo foi comprovada em culturas de células em laboratório. A descoberta foi feita analisando uma coleção de anticorpos para o vírus Sars-Cov-1, causador da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Severa), que em 2002 infectou 8.098 pessoas em 29 países e levou 774 pessoas a óbito.
O anticorpo descoberto pelos pesquisadores holandeses pode representar o passo inicial para o desenvolvimento de um tratamento capaz de curar a doença, ou de uma vacina contra o vírus.
Os pesquisadores afirmam que o anticorpo consegue neutralizar os dois vírus porque se conecta a uma região que é comum em ambos. “Esta capacidade de neutralização cruzada é muito interessante e sugere potencial para o combate de doenças causadas por coronavírus relacionados que possam surgir no futuro”, disse Berend-Jan Bosch, coautor do estudo.
“O anticorpo usado em nosso trabalho é totalmente ‘humano’, o que permite que seu desenvolvimento seja mais rápido e reduz o potencial para efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico”, diz Frank Grosveld, PhD, Professor de Biologia Celular no Erasmus Medical Center e Diretor Científico Fundador da Harbour Biomed.
Anticorpos terapêuticos tradicionais são comumente desenvolvidos em outras espécies, e então precisam ser “humanizados” antes que possam ser usados. “Esta descoberta nos dá uma fundação sólida para pesquisa adicional para caracterizar este anticorpo e começar seu desenvolvimento como um tratamento potencial para a Covid-19”, afirma Grosveld.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Olhar Digital.
Foto destacada: Reprodução/Universidade de Utrecht.