Por Pablo Nobuo
Desde a infância somos incentivados a sonhar com príncipes encantados e belas donzelas que serão pares ideais para um relacionamento amoroso, com direito à felicidade para sempre. Durante anos, portanto, vamos acumulando informações e adicionando qualidades a uma lista de pré-requisitos para o amor perfeito.
Não há nada de errado em criar certas “diretrizes” sobre características que desejamos em um parceiro ou parceira, tampouco é necessário se “contentar com pouco”, mas moderar nas expectativas e entender que o par dos sonhos não é aquele que preenche todos os seus pré-requisitos é fundamental para evitar frustrações e ser feliz de verdade. Basicamente por um simples motivo: essa pessoa supostamente perfeita não existe.
Criar uma extensa lista de virtudes que espera encontrar no outro pode ser sinônimo de estar à procura de alguém que nunca aparecerá. Ficar muito preso a conceitos muito bem definidos e se fechar para pessoas que supostamente não estão à sua altura é limitador e pode deixar passar oportunidades de conhecimento e descobertas únicas.
Por mais que você comece a se relacionar com uma pessoa que esteja sintonizada com suas principais necessidades, deve entender que ela não será capaz de se manter “perfeita” o tempo todo e que tampouco exercerá todas as suas qualidades em tempo integral.
Todos queremos acreditar que o amor que vemos nos filmes e nas novelas existe e que um dia teremos chances de encontrá-lo, mas a realidade é que o amor verdadeiro é sim repleto de falhas, frustrações, decepções, aborrecimentos e mal-entendidos. E ele é real porque, apesar de tudo, sentimos que vale a pena o investimento.
Experimentar o amor verdadeiro não significa encontrar alguém que simplesmente se encaixe em seus requisitos, mas sim na troca e na disposição de ambos para que tal encaixe ocorra, de forma gradual e orgânica, mesmo que, ocasionalmente, algumas peças fiquem irregulares e fora de lugar.
Por fim, o amor real não é sobre encontrar o par ideal com as qualidades estabelecidas em sua lista particular, mas sim na combinação de duas pessoas cheias de defeitos que, justamente por acreditarem nas várias possibilidades do relacionamento, trabalham para construir juntos uma história de compreensão, companheirismo e afeto, típica de um amor verdadeiro e, claro, imperfeito.
Imagem de capa: Shutterstock/kenstockphoto
TEXTO ORIGINAL DE MSN