Por Giovanna Boriello
Um estudo recente publicado na revista “Current Biology” descobriu que pessoas que sofrem de ansiedade ou até mesmo de outros transtornos mentais, como depressão, possuem uma percepção de mundo diferente.
A pesquisa mostra que a assimilação de pessoas ansiosas está ligada a plasticidade do cérebro e sua capacidade de se reorganizar, formando novas conexões. Assim, os pesquisadores do Instituto Weizmann de Ciências, de Israel, descobriram que pessoas diagnosticadas com ansiedade têm menos facilidade de distinguir estímulos considerados “seguros” dos “ameaçadores”.
Os pesquisadores testaram os participantes, fazendo-os associarem três sons diferentes com três possibilidades de resultados: perder dinheiro, ganhar dinheiro ou manter tudo igual. Depois, os participantes tiveram que ouvir 15 tons e dizer se já tinham ouvido antes.
A proposta era que eles não confundissem ou generalizassem os sons. Com esse teste, os pesquisadores descobriram que pessoas ansiosas tinham maior tendência a pensarem que os sons novos eram uma repetição. Isso acontece porque eles associaram os sons da primeira fase do estudo a uma experiência emocional, relacionada ao conceito de ganhar ou perder dinheiro.
Também foi observado que os ansiosos, durante o exercício, demonstraram alterações na amídala, região do cérebro ligada ao medo. Essa pode ser a explicação para o desenvolvimento do transtorno de ansiedade em alguns casos.
“Os traços da ansiedade podem ser completamente normais e até benéficos do ponto de vista da evolução. Mas um evento emocional, mesmo que de pouca importância, pode induzir mudanças no cérebro que podem levar a um transtorno de ansiedade”, disse o pesquisador Rony Paz. A pesquisa reforça a importância de lembrar que ninguém pode ser responsabilizado por suas doenças mentais, já que evidências demonstram as raízes genéticas e fisiológicas da saúde mental.
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Imagem de capa: Shutterstock/KieferPix