Viver em áreas urbanas com uma maior presença de espaços verdes, como parques, praças públicas e jardins, pode ter um impacto positivo na saúde mental, de acordo com uma nova pesquisa. Publicado no início de fevereiro no International Journal of Environmental Research and Public Health, o estudo revelou que os residentes em ambientes urbanos com mais áreas verdes tendem a ter um melhor bem-estar mental.
Conduzido por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Texas A&M University, o estudo utilizou uma ferramenta denominada NatureScore para avaliar a exposição à natureza em endereços nos Estados Unidos e em outros países. Essa ferramenta leva em consideração vários fatores, como poluição atmosférica, sonora e luminosa, além da presença de parques e arborização, para calcular a quantidade e qualidade dos elementos naturais em qualquer local.
De acordo com o NatureScore, a exposição à natureza é classificada em diferentes níveis, desde deficiente até utópica, com base em uma pontuação de 0 a 100. Os resultados do estudo mostraram que quanto maior a exposição a áreas verdes urbanas, menor a necessidade de serviços de saúde mental, como consultas com psiquiatras e tratamentos para transtornos mentais.
Jay Maddock, um dos autores do estudo, destacou a importância dessa pesquisa, mencionando que a associação entre exposição à natureza e saúde mental já era reconhecida, mas este estudo é o primeiro a usar o NatureScore, fornecendo uma análise mais abrangente.
Os pesquisadores também analisaram dados de consultas de saúde mental de pacientes ambulatoriais do Texas Hospital, de 2014 a 2019, sem divulgar a identidade dos pacientes. Eles selecionaram um total de 61.391.400 consultas de adultos em áreas urbanas, abordando condições como depressão, transtornos bipolares, estresse e ansiedade.
Os resultados revelaram que bairros com pontuações mais altas no NatureScore tinham menor tendência de os moradores procurarem consultas médicas de saúde mental. As taxas de consultas foram significativamente menores em áreas com pontuações acima de 60 pontos em comparação com aquelas com pontuações mais baixas.
Omar M. Makram, principal autor do estudo, ressaltou que essas descobertas têm implicações importantes para o planejamento urbano, sugerindo que aumentar os espaços verdes nas cidades pode promover o bem-estar e a saúde mental, especialmente considerando a significativa porcentagem da população adulta que enfrenta distúrbios mentais nos Estados Unidos.
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