Se seguíssemos a frase do sábio George Washington Carver, que disse que “a educação é a chave que abre a porta de ouro da liberdade”, poderíamos chegar à conclusão de que os castigos físicos, que normalmente são acrescidos da privação da própria liberdade, são um erro imenso.
Ainda assim, os castigos físicos vão muito além em suas desastrosas consequências para o desenvolvimento infantil. Mesmo que às vezes seja difícil lutar com a desobediência, bater nunca será a melhor solução. Talvez em algum momento seja uma medida efetiva e cômoda para os pais, já que requer pouca ou nenhuma reflexão, porém sempre haverá uma alternativa melhor para a educação do pequeno. Mais difícil, menos automática, porém melhor para ele a longo prazo.
Infelizmente, ainda existem pais que consideram que a palmada seja positiva na hora de educar seus filhos. No entanto, cada uma delas deixa uma marca que condena mais do que ensina, que traz temor mais que o desejo de se comportar bem.
Por isso, educar crianças à base de palmadas significa mais uma trava para o seu desenvolvimento do que uma ajuda para eles. Além disso, quando falamos em palmadas, falamos também em empurrões, sacudidas, beliscões ou o célebre tapinha, que até podem interromper uma má conduta, mas estão longe de explicar por que esta não é a correta e muito menos a necessidade do castigo imposto.
Como é lógico, as consequências do uso da violência física na educação provocam uma série de reações indesejáveis na criança. Devemos saber que nossos filhos tendem a imitar o que veem. Por isso, se no seu dia a dia bater é algo comum, eles irão entender que isso não tem nada de ruim quando usado para um determinado propósito, e assim agirão.
De fato, se amamos as crianças e elas sentem esse amor, e mesmo assim batemos quando se comportam mal ou não entendem alguma coisa, elas aceitarão que o castigo físico faz parte do amor. Desta forma, irão se desenvolver entendendo que a intimidação e a violência também podem ser uma manifestação de amor aprovada (pelos adultos, que para eles sabem tudo) e, portanto, são aceitáveis.
Como já estamos observando, os castigos físicos têm pouca serventia além de deter um certo comportamento em um momento sem a necessidade de reflexão. Em geral, as consequências sempre são negativas, especialmente a longo prazo. E se à esta forma de criação adicionamos gritos, castigos e um ambiente pesado, os problemas emocionais tenderão a se multiplicar. Por isso é importante conhecer esta lista de consequências e tê-la sempre muito presente:
Sabemos que algumas vezes é bastante difícil disciplinar uma criança. Isso é normal, já que eles têm sua própria personalidade, necessidades de explorar e de se expressar, e nem sempre estas coincidem com o que consideramos correto. Mesmo assim, a violência nunca será o caminho.
É vital que a educação das crianças comece no dia em que nascem. Claro que nesta idade não podemos discutir com eles, porém deverão ir absorvendo as regras e normas de seu lar a partir do princípio. Existem muitas fórmulas que ajudarão a evitar os maus-tratos físicos e que conseguirão que a criança se desenvolva em um ambiente saudável. Por exemplo, o reforço positivo. Valorize as condutas corretas da criança em vez de castigar as negativas. Ensinando comportamentos corretos também mostramos aqueles que não o são. Este é o grande poder do reforço positivo.
Claro que como pais devemos tentar manter a calma. A maioria das palmadas que as crianças recebem são mais o produto de um impulso que uma medida corretiva sobre a qual se pensou com antecedência. Na verdade, muitos pais não querem bater em seus filhos, porém, ao fazê-lo, precisam se justificar. A partir desta justificativa “depois que” (necessária para que se sintam bons pais) muitos apoiam o uso da violência.
Este artigo não traz um assunto fácil, pois coloca em xeque muitos dos métodos tradicionais com os quais muitos de nossos antepassados foram educados e, até mesmo, muitos de nós. No entanto, da mesma forma que o ser humano avança em muitos terrenos, também o faz na educação infantil também. Isso porque falamos de um costume integrado e que pouco ensina, legitimando a violência e infundindo o medo (e não o respeito).
Imagem de capa: Shutterstock/Chubykin Arkady
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