Porque eu amo o meu cachorro

Ao estacionar o carro, próximo ao meu consultório, ouvi uma conversa inteligente de duas jovens – que passeavam com os seus cães. Uma delas explicava de forma carinhosa, porque ama o seu cachorro e disse: “Que os cães nos amam independentemente de qualquer coisa, pois simplesmente se deixam agir pelo sentimento.” E a outra jovem, concluiu: “Os cães nos amam indiferente de nossa posição social e de muitas outras coisas às quais as pessoas se apegam. Nada disso vale para eles.”

Essas jovens têm toda a razão, visto que a ciência comprovou que o carinho que os cães dão aos seus donos são livres de mágoas, raivas, tristezas, julgamentos ou falsidades. O cientista inglês Rupert Sheldrake mostrou isso em seu livro, na qual a mais importante deusa de cura entre os gregos, se manifestava por meio de cães sagrados. Hoje uma série de pesquisas realizadas em hospitais confirmam que os pacientes – que têm animais de estimação se sentem menos sozinhos, nervosos e depressivos.

Sheldrake estudou que esse vínculo entre homens e cachorros se deve ao longo tempo, onde os primeiros cães foram domados. Devido a essa ligação, os animais lêem a mente dos seus donos à medida que eles precisam de apoio emocional. Essas manifestações se revelam em pequenos atos cotidianos, uma vez que tudo o que os cães querem é se sentir amados da mesma forma que eles amam: incondicionalmente.

Essas jovens não estão sozinhas. O filósofo Arthur Schopenhauer tinha um poodle como fiel companheiro, escreveu: “Como poderíamos nos recuperar do eterno fingimento, da falsidade e perfídia dos seres humanos se não fossem os cachorros, cujos focinhos honestos podemos contemplar sem desconfiança”. E Franz Kafka, falou algo semelhante: “Todo o conhecimento, a totalidade das perguntas e respostas, se encontra nos cães”.

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, resumiu o amor e a relação dos cães, que é bem diferente dos seres humanos, que são incapazes de sentir amor verdadeiro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações. Freud tinha vários cães e sentia que os animais possuíam algum sentido que os fazia capazes de analisar o caráter das pessoas.  Assim deixava o seu cão, o Jo-Fi, participar de sessões de análise, pois sentia que a presença do seu cachorro tinha um efeito positivo nos seus pacientes.  E porque você ama o seu cão?






Jackson César Buonocore Sociólogo e Psicanalista