Por Heidi Moriyama para o Brasil Post
Parece que com o avanço da tecnologia, os livros têm enfrentado cada vez mais concorrência. Por isso, é nossa função lembrar sobre a importância da leitura em todas as fases da vida, mas principalmente na primeira infância (entre os 0 e 5 anos), quando o desenvolvimento das crianças acontece de forma mais intensa.
O ato de ler com uma criança ou ler para ela vai muito além de apenas aproveitar uma história em conjunto. É um laço de amorosidade, porque oferece a ela ferramentas que vão ajudá-la a crescer forte e independente. É por isso que Itaú criou a campanha Leia para uma criança, dentro do programa Itaú Criança, e há 7 anos distribui livros gratuitamente por todo o Brasil como forma de estímulo e incentivo à leitura. Este ano, inclusive, a campanha atingiu o envio de 49 milhões de livros pelo país.
Ler para uma criança é uma forma de se colocar mais próxima dela. A leitura serve como um momento de relaxamento, em que pais e filhos aproveitam juntos. É claro que essa leitura não deve ser vista como uma obrigação ou uma tarefa, mas um momento que vocês descobrem uma nova história, criando um laço emocional que é reforçado com o tempo.
A fala é especialmente beneficiada pela leitura. Enquanto lê um livro, a criança tem acesso a um vocabulário muito mais rico do que quando conversa com alguém. Isso é essencial no seu período de desenvolvimento, quando ela começa a brincar com palavras e aprender como são formadas. Com o tempo, esse hábito vai ajudá-la a desenvolver o foco, vai trabalhar a sua memória e criar um senso de autodisciplina, em que ela tem mais controle sobre si mesma.
Um livro é uma porta para o mundo. A leitura possibilita novos contatos entre a criança e a forma como o mundo funciona. Por isso é importante, nesse primeiro momento, ler com ela obras que reflitam os valores e a visão de mundo que você gostaria de transmitir a ela: uma visão inclusiva, que não vê diferenças entre as pessoas e que ensine sobre a grandeza do mundo, ao mesmo tempo que reforça a sua importância nesse contexto.
Já existem inúmeros livros infantis que ensinam sobre direitos humanos e que discutem os papeis de gênero e as orientações sexuais, além das emoções que uma criança pode vir a sentir conforme cresce. Ter contato com isso é uma maneira de começar a ver as possibilidades da vida, dando a ela um entendimento melhor sobre si mesma e sobre as pessoas ao seu redor e, ainda, auxiliando no desenvolvimento da empatia – um dos sentimentos mais importantes para as relações interpessoais.
Um estudo da Universidade de Melbourne, na Austrália, comprovou que crianças que liam com pais até seis vezes na semana tiveram notas maiores em testes de lógica e compreensão de texto, em comparação com crianças que adotaram esse hábito apenas uma ou duas vezes no mesmo período. Ler ajuda no desenvolvimento do cérebro e da sua capacidade de criar e registrar imagens, além de facilitar o pensamento lógico e estimular áreas do cérebro que trabalham essas funções.
"Tê-lo comigo é simplesmente uma prova do amor de Deus”, afirmou a mãe.
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