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Práticas parentais

Os filhos constroem a vida, seus valores e maneira de encarar o mundo, baseados na relação estabelecida com seus pais ou cuidadores, esse exemplo pode ser considerado pela criança como algo a seguir, ou um modelo para evitar porém, é o primeiro modelo de relação familiar que todas as pessoas têm contato.

Os tipos de práticas educativas parentais são divididos em quatro: democrático, autoritário, permissivo e negligente.

Pais muito autoritários costumam não desenvolver tanto afeto com os filhos pois, preocupam-se muito com as regras e com uma maneira racional de conduzir as relações, esquecendo de oferecer o cuidado afetivo necessário. A criança que se desenvolve com esse tipo parental costuma não se comunicar muito com os pais na fase da adolescência, o vínculo afetivo é abalado com tantas regras a cumprir, dificultando assim a comunicação interpessoal da família e dificultando a consultoria dos pais para auxiliar o desenvolvimento do adolescente. Por outro lado, o adolescente que vive nesse ambiente possui uma grande noção sobre regras e estabelece a importância de seguir regras para auxiliar na convivência social.

A prática parental permissiva é o oposto da autoritária, os pais ou cuidadores, se tornam amigos dos filhos, aproximando-se muito emocionalmente e participando ativamente no curso da vida dessa criança. O adolescente criado nesse sistema terá facilidade em expor seus problemas e angústias, podendo ser assim melhor orientado pelos pais, desenvolvendo a sua individualidade e potencialidade com o apoio da família. As crianças criadas nesse tipo parental acabam não desenvolvendo a ideia de autoridade, pois não veem os pais como um adulto que define as regras e comportamentos a serem seguidos, o que pode confundir a criança quando surgir a necessidade de seguir alguma regra imposta pela sociedade, ou mesmo por alguém de fora da família.

O tipo de prática parental negligente distancia sempre o filho dos pais, não oferece o suporte emocional nem a presença física para o desenvolvimento adequado, adolescentes que se desenvolveram nesse tipo de família, podem evitar diversos conflitos familiares decorrentes de suas fases de desenvolvimento pois, não tiveram os pais por perto orientando sobre os valores morais e como conviver socialmente, por outro lado, os adolescentes não desenvolvem afetividade com a família, estabelecendo vínculo maior com os amigos e com seus pares. O adolescente não tem uma referência onde se apoiar e buscar afeto.

A prática democrática parece ser a mais coerente com a cultura atual, a figura de autoridade dos pais e cuidadores é mantida porém, os filhos têm uma certa participação nas decisões e escolhas sobre a vida. Os valores morais são construídos com o filho de forma participativa, os conflitos familiares podem ser menores pela proximidade que os pais têm com os filhos. Nesse modelo os filhos mantém um vínculo muito grande com os pais, o que pode dificultar no momento onde o adolescente finalmente segue a vida adulta e sai da casa dos pais.

Independentemente do tipo parental vivido, os filhos tentam sempre corrigir os erros dos pais porém, eles só tiveram um modelo no qual aprenderam e se constituíram como indivíduo na sociedade, o rompimento com a prática educativa vivida é muito difícil pois, seria como seguir um caminho nunca antes feito, para que a sociedade evolua de forma significativa devemos romper o medo em arriscar a criarmos nossos filhos de forma diferente, de forma criativa e saudável.

Alex Leite

Psicólogo especialista em Psicologia do Desenvolvimento Infantil e Adulto. Atua como psicólogo clínico baseado na psicologia humanista. Tem experiência na área de saúde coletiva e de proteção especial de crianças e adolescentes em alta complexidade, com ênfase em educação, atuando principalmente em organizações sociais. Possui experiência como palestrante sobre saúde da mulher, câncer e educação sexual para jovens e adolescentes. Profissão: Psicólogo (CRP: 09/10101)

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