Na remota aldeia de Pwani, no Quênia, o frade franciscano e professor Peter Tabichi ganhou um milhão de dólares neste domingo, 24, do Global Teacher Prize, o “Nobel” da educação, no Atlantis Hotel, em Dubai das mãos do apresentador Hugh Jackman. Na escola em que Peter leciona, há apenas um computador com acesso à internet com conexão ruim. Peter ensina ciência para estudantes do ensino médio na aldeia semi-árida de Pwani, onde 30 por cento das crianças são órfãs ou têm apenas um dos pais.
Na premiação, Tabichi vestiu uma túnica franciscana e revelou que o mais longe que havia viajado foi para Uganda. A ida para Dubai foi sua primeira vez em um avião. “Eu me sinto ótimo. Eu não posso acreditar. Eu me sinto muito feliz por estar entre os melhores professores do mundo, sendo o melhor do mundo” disse emocionado. O queniano concorria com outros nove candidatos, dentre eles a professora brasileira Débora Garofalo, que leva o conhecimento de robótica para Escola Ary Parreiras, na periferia de São Paulo.
A escola de Peter não tem biblioteca nem laboratório. Por isso ele planeja usar o milhão de dólares do prêmio para melhorar a escola e alimentar os alunos. Peter Tabichi costuma ajudar muitos alunos a permanecer na escola, qualificar para competições internacionais em ciência e engenharia e ir para a faculdade. “Sempre que eu reflito sobre os desafios que eles enfrentam, eu derramo lágrimas”, comentou sobre seus alunos, acrescentando que sua vitória vai ajudar a levar mais confiança à sua comunidade.
Uhuru Kenyatta, presidente do Quênia, falou em um comunicado que a história de Tabichi “é a história da África e esperança para as gerações futuras”.
Com informações de Estadão