Sem dúvida, entre os profissionais que mais trabalharam duro nesta pandemia estão os profissionais de saúde, essenciais na linha de frente contra a Covid-19, e os professores, que tiveram que se adaptar a um novo método de ministrar suas aulas e se dedicar ao máximo para garantir que seus alunos não tivessem um ano letivo perdido. Há professores que até colocaram a própria saúde em segundo plano em prol do ofício, como Jorge Jesús Gavelán Izaguirre, que deu aulas até o seu último dia.
“Nós dissemos a ele, ‘pai, pare’, e ele disse, ‘Não, eu quero continuar.’ E continuou.” disse Fabiola, filha do professor. Chegou um momento em que ele precisou usar um respirador, mas não foi o suficiente, pois seu corpo estava exigindo mais do que podia.
Gavelán lecionou na Faculdade de Ciências Contábeis da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, no Peru. Sua família lembra dele como uma pessoa independente e sempre dedicada à sua vocação.
Jorge, de 71 anos, foi infectado com coronavírus e, por sofrer de uma doença cardíaca, foi internado no hospital. Naquela época ele interrompeu as aulas e a universidade colocou um professor substituto. Passadas algumas semanas, o professor percebeu que quem o estava substituindo não concluía o trabalho e não passava as notas no sistema, então ele se sentiu na obrigação de voltar para casa para dar aulas.
Acabou trabalhando em média 6 horas por dia, sendo cuidado em casa com a ajuda de sua família. Ele passou de 4 litros de oxigênio para 9 por dia, mesmo durante as aulas. Ele dizia que só se sentia cansado, tentando tranquilizar seus entes queridos.
A família lembra que um dia, após terminar o ciclo do curso e passar a última prova para seus alunos, ele começou a sentir um mal-estar geral, sendo levado do pronto-socorro para o hospital.
Ele só pediu para poder passar seus últimos dias em casa, mas os médicos tiveram que interná-lo porque ele não havia encerrado a quarentena. Sua família o acompanhou até o último minuto, quando seu corpo não cedeu mais. Embora não pudesse se despedir em casa, o fez com seus entes queridos, deixando um grande legado de ensinamentos para muitos.
“Ele foi um dos professores mais comprometidos com o seu trabalho e que deu tudo de si para poder formar seus alunos. Fica na memória de todos os seus alunos toda a dedicação que ele dedicou às suas aulas e o apoio que sempre deu a cada um, com a simpatia e o carisma que eram sua marca registrada.”, disse Ronal Navarro para o El Comercio.
A partida de Jorge Gavelán deixa em luto toda uma comunidade, mas também marca no fundo de seus corações sua vocação única e seu grande amor pelo que fez, sempre apoiado por uma família que o amou e por colegas que o admiraram todos os dias.
***
Destaques Psicologias do Brasil, com informações de UPSOCL.
Foto destacada: Família Gavelán.