Entenda por que algumas pessoas são mais suscetíveis ao vício do que outras.
Sabe-se que os jogos que envolvem apostas estão relacionados a determinados mecanismos psicológicos que os associam a uma sensação de satisfação do prazer. Este processo também está associado à produção de substâncias no cérebro que produzem relaxamento, como qualquer atividade lúdica desempenhada pelo ser humano.
Entretanto, para algumas pessoas, esta atividade, que poderia ser apenas uma distração, acaba se tornando um vício. Sem que a pessoa perceba, perde o controle para a compulsão, obtendo prejuízos na vida afetiva, social, profissional ou financeira.
O que os especialistas buscam responder é: por que algumas pessoas são mais suscetíveis a este tipo de vício, enquanto outras conseguem manter uma vida normal e saudável, sem que as mesmas atividades as prejudiquem de maneira tão severa?
Os estudos em psiquiatria identificam o quadro de vício em jogos como um comportamento de jogo problemático e continuado. Estas pessoas apresentam regiões cerebrais ligadas ao prazer afetadas pela jogatina, que vão ficando cada vez mais alteradas conforme os jogos e apostas vão se intensificando, em quantidade e intensidade.
Além da adrenalina e do cortisol, liberados no corpo em situações como essa, a principal substância responsável por essas alterações é a dopamina, neurotransmissor que controla os centros de recompensa e prazer do cérebro e está ligado a atividades prazerosas, como a prática esportiva ou meramente beber um copo de água quando se tem muita sede. Por isso a tendência do organismo é buscar essa sensação novamente.
Algumas pessoas, no entanto, podem ter a tendência a desenvolver o vício mais do que as outras. Se, por um lado, cada organismo é único e reage, do ponto de vista bioquímico, de maneiras diferentes quando submetido a situações semelhantes, seja de prazer ou de estresse, não se pode descartar os aspectos psicológicos, relacionados às condições materiais de vida dos indivíduos que se encontram na condição de vício.
Segundos os especialistas, é muito comum que a pessoa que desenvolve vício em jogos esteja com problemas em outros aspectos da vida, como brigas familiares, separações, frustrações profissionais, traumas etc. Com isso, a pessoa busca prazer em outros campos e deposita muita expectativa na atividade escolhida para gerar essa satisfação. Por isso é importante a busca de um profissional dedicado – no caso, o psicólogo especializado em transtornos de comportamento – sempre que se identificam alguns sinais de que o jogo é uma fonte de ansiedade maior do que é de socialização ou de divertimento.
É preciso ficar atento aos sinais que indicam que uma determinada atividade, como os jogos de cassino, estejam se tornando um vício. O principal deles é quando começa a se evidenciar uma dependência emocional do jogo, que resulta na dificuldade de parar, como resultado da perda de controle.
Os pensamentos no dia a dia se tornam fixos em jogo, por meio das lembranças ou da expectativa da próxima partida. As perdas durante o jogo são recebidas com intensa emotividade, gerando a busca por revertê-las durante o próprio jogo – é então que começam os prejuízos financeiros, pois a obsessão em recuperar-se dos prejuízos leva a apostas cada vez mais arriscadas e com quantias cada vez maiores.
Eventualmente, pode acontecer o afastamento dos familiares, tendo em vista que estes começam a se preocupar com o comportamento da pessoa viciada. Por outro lado, a compulsão também pode envolver terceiros, já que em alguns casos a pessoa com adicção passa a contar com a ajuda de outras pessoas (pedindo empréstimos, por exemplo) para manter seu vício.
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