O Carnaval é uma das festas mais aguardadas pelos brasileiros e se apresenta como uma época de irreverência e descontração, em que os foliões se permitem adotar outras posturas, mais descontraídas, mais desprendidas e despudoradas, extravasando suas vontades e desejos sem o medo de julgamentos alheios. Mas o que isso tudo tem a ver com a Psicologia, afinal?
Segundo a psicóloga Raíssa Nóbrega, este período de Carnaval, que não é um festa de origem brasileira, tem uma relação direta com as práticas que proporcionam prazer aos amantes desta época.
– Freud explica tudo sobre o comportamento humano e a mente humana. O Carnaval não é uma festa brasileira, ele surgiu na Grécia Antiga, quando os povos se reuniam para comemorar as colheitas. E aos poucos foram acrescentadas as bebidas, as práticas sexuais, a igreja até tentou combater, mas as pessoas gostavam e se identificavam muito – explicou.
Na entrevista concedida à Rádio Caturité FM, nesta quarta-feira, 12, a psicóloga explicou sobre os fenômenos que agem sobre os aspectos sociais e psicológicos.
– A gente pode analisar o carnaval através de diversas esferas, mas eu vou falar mais sobre os aspectos sociais e psicológicos. Existe um fenômeno psicológico que é a desindividualização, que é o efeito coletivo da massa, que é quando o sujeito vai perdendo a autoconsciência, que é a perda do julgamento alheio. Que pode ter um efeito negativo ou positivo – ressaltou.
Explicando a desindividualização
Certamente você já esteve em um grupo e agia de uma maneira diferente do que faria se estivesse sozinho. É como quando você ouve a notícia de que um grupo pessoas fez algo tão violento ou estúpido que você simplesmente não pode acreditar. Um bom exemplo são os linchamentos.
Uma razão para isso é que as pessoas em grupos tendem a perder parte de seu próprio auto-conhecimento e auto-contenção.
Em certo sentido, as pessoas vão fazer coisas em grupos que não fariam sozinhas porque elas se sentem menos responsáveis por suas ações como um indivíduo. Este processo de desindividualização pode ter efeitos poderosos.
Por exemplo, como podem soldados tirar a vida de crianças inocentes? Eles costumam responder a esta pergunta dizendo que eles não são monstros, mas que estavam indo junto com o grupo e que estavam apenas cumprindo ordens, e não eram os únicos a fazê-lo. Muitos são envolvidos em atos hediondos de violência por causa da desindividualização.
E é justamente a desindividualização um dos aspectos que fazem do Carnaval uma festa conhecida por deixar as pessoas mais “livres”, ou menos reprimidas. Cabe a cada um aproveitar a festa com responsabilidade, entendendo que o limite para a sua felicidade é o bem-esta.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Paraíba Online e PsicoAtivo.
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