As mais antigas cuidadoras são nossas mães, avós e tias que desde o início da civilização cuidaram de sua família, que ainda hoje cumprem tal função com carinho, responsabilidade, sobrecarga e sem salários.
Mas a sociedade atual com seus arranjos sociais, familiares e de sobrevivência, os cuidadores passam ser os profissionais preparados, a partir dos fins estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, que zelam pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer das pessoas assistidas.
Cuidado representa conhecimento, atenção, cautela, dedicação, carinho e obrigações. É dar aos outros, em forma de serviços, os frutos de seus talentos, preparos e escolhas. Assim cuidar é perceber as outras pessoas como elas são, e como se mostram, nos gestos, falas, dores e limitações.
Os cuidadores são seres humanos com essas qualidades, expressas pelos traços de solidariedade e de doação. São os enfermeiros, médicos, assistentes sociais, padres, pastores, psicólogos, terapeutas, professores, cuidadores de idosos e de crianças, entre outros profissionais.
Porém, é irrefutável que o cuidar pode levar os cuidadores ao adoecimento. Sobretudo se o cuidado constitui, como deve ser, não um ato voluntário, mas uma atitude profissional e constante. Por isso, as condições precárias de trabalho e o estresse são fatores que auxiliam no sofrimento mental e físico dos cuidadores, prejudicando a vida pessoal ou até a qualidade de cuidado prestado por esses trabalhadores.
As pesquisas revelam o sofrimento dos cuidadores, alguns relatam que se sentem aflitos com os problemas das pessoas que são cuidadas e ainda tem a decepção com as famílias dos assistidos por não cooperarem com o tratamento. E as causas mais graves são os baixos salários, a dupla jornada de trabalho e a ausência de reconhecimento do Estado das atividades dos cuidadores.
Os cuidadores diante dessa situação podem vivenciar sentimentos, tais como: raiva, culpa, medo, angústia, confusão, cansaço, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez. Para superar tanta aflição os cuidadores precisam de apoio laboral, emocional e familiar no sentido de oferecer melhores condições de trabalho e qualidade de vida a esses profissionais.
A Síndrome de Burnout é a que mais atinge os cuidadores, pois é esse conjunto de tensões emocionais e estresse crônico provocado por condições de trabalho desgastantes. O próprio conceito “burnout” explica que esse desgaste prejudica as características físicas e psicológicos dos profissionais. Então, traduzindo do inglês, “burn” quer dizer “queima” e “out” significa “exterior.
Para preservar o seu bem-estar os cuidadores necessitam buscar modos de melhorar sua qualidade de vida, a partir da compreensão de suas emoções, como um processo de crescimento psíquico e espiritual, que permitirá aos cuidadores ter mais tempo livre para se cuidar, se distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar dos outros. Ou como disse o santo cuidador, São Francisco de Assis: “Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas leiam”.