RELACIONAMENTOS

Quem escolhe fazer jogos sempre perde

Por Narjara Gomes

 

É difícil admitirmos quando algo nos afeta e, ainda mais, olhar para dentro e percebermos que nem tudo precisa ser levado tão à sério. Vivemos em uma época onde se propagam o desapego e sendo assim, o primeiro a demonstrar emoção é visto como o fraco. Com isso, todos usam escudos emocionais para que nada consiga ultrapassar e ferir. Porém, quando nos enchemos tanto assim de barreiras, no fim, percebemos que não estamos protegidos e, sim, sozinhos do outro lado do muro.
Não existe nada mais cansativo do que estar com alguém que insiste em se proteger de ataques imaginários. Cada momento é um dia de guerra. Tem que escolher bem as palavras, uma vez que qualquer frase mal colocada é vista como bombardeio. Quando foi que o amor se tornou esse campo de batalha?
Não tem como entrar em um relacionamento e continuar a fazer todos esses joguinhos. Não dura, desgasta. Os detalhes e o encanto se perdem em meio à tantos tiroteios. O que antes causava frio na barriga e ansiedade, depois de um tempo se tornam suspiros pesados e impaciência. Ninguém quer estar ao lado de alguém que o faz ir dormir todos os dias com a sensação de missão fracassada.
A gente tem que entender que duas pessoas nunca vão alcançar a paz juntos se não souberem conversar. E digo conversa, no sentido mais puro da palavra. Não indiretas e frases atravessadas. Essa história de “se você me ama de verdade, deveria saber por que estou assim” não existe. Ninguém é obrigado a saber o que o outro pensa, então não se deve exigir que um silêncio seja traduzido.
Tudo pode ser tão mais simples. Se está com saudade, é só dizer. Não precisa se afastar até que a outra pessoa perceba que você está distante e decida fazer algo. Todo esse tempo de espera só serve para aumentar a agonia e, possivelmente, mandar para longe quem já estava ao seu lado. Não é preciso toda essa estratégia. Não precisa de um plano de combate. Não! É só dizer. Fazer o que tiver vontade independente se isso vai deixar vulnerável. Porém, em tempos de desapego, quem decide demonstrar os sentimentos é revolucionário, não fraco.
Deixemos então todas essas munições para trás. Está mais do que na hora de sermos sinceros com nossos sentimentos e sairmos de todas as barreiras que construímos. Devemos, mais do que nunca, aquietarmos nossas metrópoles internas e darmos lugar à calma que outro abraço pode nos dar. Sem joguinhos, sem impasses e, principalmente, sem transformar o que é tão simples em missões fadadas à derrota.
Game over.

TEXTO ORIGINAL DE OBVIOUS

Psicologias do Brasil

Informações e dicas sobre Psicologia nos seus vários campos de atuação.

Recent Posts

Para a psicologia, o que significa ter muitas roupas que você não usa?

Por que temos tanta dificuldade em nos livrar de roupas que não usamos? Segundo especialistas,…

2 horas ago

Mãe recorre à Justiça para deixar de sustentar filha de 22 anos que não estuda e nem trabalha

Segundo a mãe, a ação judicial foi a única forma de estimular a filha a…

4 horas ago

Obra-prima da animação que venceu o Oscar está na Netflix e você precisa assistir

Uma pequena joia do cinema que encanta os olhos e aquece os corações.

20 horas ago

O filme da Netflix que arranca lágrimas e suspiros e te faz ter fé na humanidade

Uma história emocionante sobre família, sobrevivência e os laços inesperados que podem transformar vidas.

22 horas ago

Dicas para controlar os gastos e economizar nas compras

Você ama comprar roupas, mas precisa ter um controle melhor sobre as suas aquisições? Veja…

2 dias ago

Minissérie lindíssima da Netflix com episódios de 30 minutos vai te marcar para sempre

Qualquer um que tenha visto esta minissérie profundamente tocante da Netflix vai concordar que esta…

2 dias ago