Reflexões sobre as tragédias que vivemos no nosso cotidiano

Todos os dias somos invadidos com uma enxurrada de notícias veículadas pela mídia que além de despertar vários sentimentos desagradáveis nos fazem refletir sobre como tem caminhado a nossa sociedade e a nossa humanidade. A temática da violência tão presente no nosso cotidiano nos choca, nos surpreende e sempre deixa a todos nós: perplexos. Seja uma mulher morta de maneira violenta, uma criança, um idoso ou estudantes sendo atacados sem a menor chance de se defenderem. Isso tudo merece ser tratado como uma espécie de “sintoma social”.

A maneira como temos nos relacionado socialmente é a manifestação daquilo que somos, de como nos relacionamos em casa, como aprendemos a lidar com as nossas frustrações desde a infância, enfim o que se manifesta socialmente reflete como as nossas famílias têm funcionado. Longe de uma “romantização ideológica” sobre a família é importante lembrar sempre que a família é um lugar de crescimento, aprendizado, conforto, aconchego, mas também é o espaço onde existem conflitos, espaço onde nem tudo acontece da melhor maneira possível, simplesmente por que a família é formada de pessoas que nem sempre estão bem, nem sempre sabem reagir da melhor maneira possível, isto por que são seres humanos e seres humanos não são perfeitos.

Observar as necessidades dos familiares, inclusive a necessidade de ajuda de um profissional que promova saúde mental é uma demonstração de cuidado e proteção. A adolescência e a infância jamais podem ser “patologizadas” por que são fases do desenvolvimento que todos nós seres humanos passamos, contudo não é incomum perceber que algumas crianças e adolescentes se beneficiariam de ajuda psicológica. E é nessa hora que a família deve exercer o seu papel de proteção e buscar essa ajuda. Mas como levaríamos os nossos filhos se nem sempre estamos atentos às necessidades deles?

Estamos ocupados demais com os nossos aparelhos eletrônicos, longas jornadas de trabalho, terceirizando a criação dos filhos para a escola e várias outras instituições e nem sempre percebemos que um filho precisa da ajuda de um psicólogo. E é aí onde mora o perigo.

Saúde mental é saúde. Ela não é menos importante que a saúde bucal ou a saúde física – esta última inclusive tem um conceito mais abrangente. Com bons pensamentos conseguimos administrar melhor as frustrações do dia a dia, as emoções e inclusive a maneira como nós reagimos diante dos desafios da vida. Dessa maneira, fica fácil perceber que verdadeiras “tragédias” poderiam ser evitadas com a ajuda profissional e a contribuição da psicologia.

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Imagem de capa: Pexels