Ser autêntico. Agir conforme os próprios credos, preferências e valores. Eis a busca universal de cada indivíduo. Não é à toa que Saramago dizia sobre ser autêntico, que a verdadeira felicidade consiste em caminharmos rumo a nós mesmos. E quem, de fato, não tem extraordinária satisfação ao perceber que suas obras e condutas reproduzem tudo o que acredita ser autenticamente?
A questão é: será que tudo o que somos e fazemos, mesmo reproduzindo genuinamente nossa identidade, está correto, beneficia-nos ou é nossa melhor versão em definitivo?
Já é conhecida a tal frase da Síndrome de Gabriela: ‘nasci assim, cresci assim, serei sempre assim.’ Expressão que diz da condenação de repetir-se sempre, mesmo ao custo de reproduzir atos, escolhas, atitudes e impulsos que trazem malefícios aos objetivos pessoais mais caros e à qualidade das relações mais valiosas.
Quantas pessoas cedem a impulsos ou a condutas habituais que só lhes trazem malefícios? Quantos de nós não perdem amigos ou machucam amizades pela absoluta incapacidade de rever posições ou reformular entendimentos? Quantas oportunidades profissionais e relações amorosas não são perdidas pela dificuldade de revisitar princípios ou restabelecer as bases emocionais que dão corpo a escolhas e condutas?
A resistência à transformação pode ter como fundamento o apego cego a tudo que consideramos ‘nosso’, mesmo aos piores defeitos e às vulnerabilidades. Isso mesmo, resistimos a abrir mão do que nos reflete (‘Narciso acha feio tudo o que não é espelho’).
Mas e se aceitássemos o convite de resistir à tentação de sermos sempre cem por cento como somos e buscássemos reinaugurar posição diante do mundo, pela inserção de ações e atitudes mais refletidas e, portanto, enriquecidas?
E se surpreendêssemos positivamente a nós mesmos e a quem nos rodeia com opiniões e atitudes ventiladas pelos ares da reflexão e da autocrítica? Esse é um empreendimento significativo para quem quer construir uma melhor versão de si próprio.
Entretanto, essa empresa requer examinar questões que refletem muito a fixidez existencial ou sintomas da rigidez que espelham as atitudes imutáveis e as condutas empedernidas ou a repetição de impulsos hostis que sequestram o melhor de nós.
Para mudar esse quadro é preciso nos questionarmos quanto aos seguintes pontos: por que não resistir, de vez em quando, à tentação de dar a última palavra? É possível ter sempre razão?
Devemos exercer supremacia sobre as pessoas ou podemos simplesmente partilhar visões? Será que não percebemos como ouvir é meio caminho andado rumo à compreensão mútua? Por que é tão difícil, de vez em quando, resistir a impulsos e adotar um estilo de ação ponderado ou menos ansioso? Será que todas as vezes que estamos em grupo, os interesses pessoais, mesmos os mais superficiais, precisam vir antes dos interesses dos demais?
As interrogações acima são pertinentes à nossa temática, pois abarcam atitudes que historicamente têm trazido desconfortos emocionais nos relacionamentos ou contribuído para modelos de ação menos eficientes, mas que persistem pela dificuldade de resistirmos à tentação de reproduzirmos automaticamente nosso ‘jeito de ser’.
Então, o convite é considerar que pelo menos vinte por cento do modo como pensamos, sentimos ou agimos é movido por crenças que nos levam à ineficiência e ao equívoco e, experimentarmos reinventar pelo menos vinte por cento do que somos para nosso bem e de todos à nossa volta.
Imagem de capa: Shutterstock/Volodymyr Tverdokhlib
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