Tudo aquilo a que nos dispomos a olhar outra vez é respeitado por nós. Analisando nossas ações no cotidiano, podemos observar que só respeitamos aos que conferimos seriedade e que consideramos benéficos para nós. No entanto, por questões de comodidade ou por preconceitos que nos foram ensinados ao longo da vida, algumas vezes deixarmos de “olhar outra vez” assuntos que são fundamentais para o nosso bem estar.

Para um exercício mental, podemos considerar algumas situações que poderiam ser revistas, ou para confirmarmos nossas opiniões e posicionamento, ou para mudarmos nosso comportamento e darmos ao outro o direito de pensar diferente.

Nos relacionamentos amorosos, deveríamos cultivar incansavelmente o respeito por nosso parceiro(a), uma vez que, ao compartilharmos as nossas vidas vida com alguém é porque acreditamos que essa companhia nos faz bem. Por outro lado, se não estamos felizes na relação, devemos nos perguntar os motivos que nos levam a permanecer em uma interação geradora de insatisfações.

Assuntos como religião, política e futebol, dizem: “não devemos discutir”. Porém, deveríamos “olhar novamente” os motivos que nos levaram aos posicionamentos atuais e porque não mudamos de opinião. Nesse ponto, nos depararemos com nossa intimidade e nossa dificuldade de respeitar ideias diferentes das nossas. Descobriremos o quanto não nos colocamos no lugar do outro e que “empatia” é uma palavra que utilizamos do mesmo jeito que uma criança utiliza a palavra “legal”. Se nos perguntarmos o que é empatia, a maioria não saberá responder de forma clara e objetiva. Para evitar as consultas aos dicionários, (empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro, de modo a sentir o que se sentiria caso se estivesse em seu lugar).

Qualquer um tem o direito de manifestar suas convicções religiosas e, portanto o dever de aceitar que outros também gozem dos mesmos direitos. Logo, podemos “olhar novamente” como são as crenças diferentes das nossas, mas olhar com a intenção de compreender seus princípios e constatar as diferenças existentes em relação as nossas crenças. Jamais deveríamos julgar ou condenar tais diferenças.

O futebol é um assunto que dizemos, não devemos discutir, porém após as partidas, sempre há um debate entre os amigos, geralmente os ganhadores vangloriam-se e esquecem que as estatísticas mostram que vitórias não garantem superioridade. Nas rodadas subsequentes, assistimos indefinidamente os debates insolúveis, em que cada vitorioso da semana sente o prazer de ser superior aos demais, sem ao menos saber chutar uma bola.

As questões políticas, em moda (2016), podem ser um bom cenário para analisarmos nossa capacidade de respeitar as opiniões alheias. Cada um tem o direito a manifestar suas opiniões e o dever de respeitar as diferentes.

Pergunte a si mesmo como suas emoções são afetadas quando assiste ou lê um post falando a favor de seus pensamentos. O que pensa, o que sente? E quando encontra opiniões contrárias as suas, pensa sobre elas, “olha novamente” tais ideias e as reavalia para verificar se seus pensamentos estão coerentes com sua vida e com sua forma de manifestar-se? Ou simplesmente ao identificar pensamentos contrários aos seus, já os adjetiva e os qualifica como errados?

É possível que você esteja procurando saber se penso igual ou diferente de você.

Respeitar não é procurar diferenças, é procurar “olhar novamente”, “rever” o que foi dito e crescer sempre, afinal o ser humano é um animal social.

E para deixar uma reflexão, lembre-se que todas as vezes que ficar “irritado”, ou “chateado” com uma opinião diferente da sua, isso pode significar: você não está exercitando o respeito ao outro.

Pense nisso.

Pense agora.

Wagner Costa

Psicologo CRP/RR 20/04079 graduado pela Faculdade Cathedral (2011). Pós-graduação (Lato Sensu) em Pedagogia Hospitalar pela Universidade Gama Filho (2011) e Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade Cruzeiro do Sul (2015). Atualmente é professor da Faculdade Cathedral de Ensino Superior no curso de Psicologia, atuando também como membro do Colegiado do curso de Psicologia e representante dos docentes no Conselho Superior da Instituição. Psicanalista Clínico pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil. Possui formação em Programação Neurolinguistica pela Sociedade Brasilleira de Programação Neurolinguistica e atua na área de treinamento e palestras motivacionais.

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