Um novo estudo atesta que que o efeitos da discriminação podem ser sentidos por até quatro anos e podem causar grande impacto sobre a saúde mental das mulheres. Os pesquisadores concluíram que mulheres jovens sujeitas ao sexismo têm cinco vezes mais probabilidade de sofrer depressão.
Durante o estudo, que foi realizado em conjunto pela organização britânica Young Women Trust e a University College London, os pesquisadores analisaram a saúde mental de mulheres que sofreram sexismo e também de outras que não passaram por esse tipo de experiência. Participaram no estudo 2.995 mulheres, com idades entre 16 e 93 anos. Os resultados mostram que a faixa etária entre 16 e 30 anos experimenta mais sexismo na escola, no trabalho e nos transportes públicos. Elas também tendem a sofrer com a discriminação por um período mais longo do que mulheres de outras idades
O estudo define sexismo como “sentir-se insegura, evitar certos lugares, ser insultada, ameaçada ou atacada fisicamente por ser mulher”. Entre as mulheres que afirmaram serem vítimas de sexismo, 82% afirmaram que eram vítimas regular de assédio sexual na rua.
Para a diretora do Young Women’s Trust, Sophie Walker, o estudo mostra uma “relação clara e danosa” entre sexismo e a saúde mental de mulheres jovens.
“O que muitas vezes é tido como falta de confiança das mulheres jovens é, na realidade, uma crise de saúde mental causada por uma sociedade sexista. Isso afeta profundamente as vidas de mulheres jovens, a sua independência económica e a sua saúde geral”, explica.
“Necessitamos de serviços que ofereçam apoio a estas mulheres com a saúde mental comprometida pelo sexismo. Temos que, com sensibilidade, perguntar-lhes sobre as suas experiências de discriminação sexual, abuso e violência para podermos oferecer ajuda adequada”, alerta Walker.
Ainda de acordo com a especialista, os serviços de saúde mental tradicionais não são adequados para tratar mulheres jovens que sofrem as consequências psicológicas do sexismo. Para ela, essas mulheres precisam de um serviço especializado e também de investimento no combate à violência contra adolescentes, mulheres jovens e de outras idades.
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