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Saiba mais sobre o distúrbio que deixou a modelo Juju Salimeni 4 dias sem sair de casa

Na última quinta-feira (15), a modelo Juju Salimeni postou em seu perfil no Instagram um vídeo em que revela que viveu uma crise de ansiedade muito forte nos últimos cinco dias e chegou a ficar quatro dias seguidos sem sair de casa, com medo.

“Eu estou em um momento de crise de pânico. Já passei outras vezes, já tive crise de ansiedade, mas nunca tinha tido dessa forma. Nunca tinha chegado a esse extremo de não conseguir fazer as minhas coisas, sair de dentro de casa, ir para a academia, coisas que eu amo”, afirmou Juju.

A apresentadora disse ainda que só conseguiu ir para a rua fazer exames médicos e para ir ao hospital. “Tive que sair de casa porque tinha exames de rotina. Fui morrendo de medo, apavorada, passando mal. Achando que ia desmaiar. Mas se eu desmaiasse, estaria no lugar certo, estava no hospital. À noite eu voltei ao hospital, porque queria de qualquer forma saber se eu tenho algo no coração. Eu precisava fazer um exame, o coração estava acelerado, achava que tinha algo que alguém não estava achando”, contou ela.

Segundo o psiquiatra Rodrigo Martins Leite, médico-assistente do Instituto de Psiquiatria da USP, as sensações sentidas pela influenciadora digital são comuns nas crises agudas de pânico.

“A pessoa tem uma sensação de morte iminente e acontece uma descarga física alta. Em geral, o paciente apresenta sintomas de aumento de frequência cardíaca e da transpiração, vertigem, tontura e, eventualmente, sintomas gastrointestinais. São sintomas são tão intensos que a pessoa acredita que está tendo um evento clínico grave, como um infarto do miocárdio ou um AVC, que a coloca em um risco de morte iminente”, conta o médico.

“O medo está relacionado ao medo de morrer ou enlouquecer. O mais frequente é o medo de morrer. Os sintomas são extremamente intensos e desconfortáveis. Não querer sair de casa é comum acontecer na crise de pânico”, acrescenta ele.

Juju Salimeni contou que estava no cabeleireiro quando sentiu os sintomas. “Fazendo o cabelo, tive uma tontura. Uma crise de labirintite… Não sei se o que estou sentindo é uma coisa física ou se é a ansiedade. Fiquei com o coração acelerado, não conseguia respirar. A sensação é que eu ia respirar, desmaiar. Vi a pressão e não era nada, pensei que ia morrer. A boca secou, sensação horrível”, afirmou a apresentadora.

Rodrigo Martins Leite explicou que “Qualquer pessoa pode ter uma crise se está por stress agudo, ou está passando por um momento extremo na vida, como perda de uma pessoa querida, separação, perda de emprego”.

O diagnóstico do problema é feito por um psiquiatra. “A primeira coisa é fazer uma boa história clínica mapeando o momento atual da pessoa, hábitos e eventualmente alguma condição médica que contribui para esse quadro, como o hipotiroidismo e doenças a tireoide podem estar associadas às crises de ansiedade.”, fala o especialista.

O tratamento pode incluir uso de remédios e ações não-medicamentosas. “A partir do histórico, é preciso fazer um plano terapêutico individualizado, que pode incluir medicação sempre sob prescrição médica, para evitar uso indevido e abuso. Além de táticas não medicamentosa, como yoga, atividade física e uma psicoterapia acaba sendo muito útil”, destaca Rodrigo.

Não é a primeira vez que a apresentadora conta aos fãs momentos de depressão. Ela já chegou a ter psoríase em uma das crises que teve. O médico relata que é comum sintomas de depressão e ansiedade acontecerem na mesma pessoa.

“Na prática ansiedade e depressão costumam caminhar juntas. Sabemos que pessoas com histórico de depressão têm chance maior de ter sintomas da ansiedade e vice-versa. Já que são fenômenos do ponto de vista biológico muito próximos. Se a pessoa tem sintomas depressivos e ou ansiosos é sinal que tem maior vulnerabilidade frente ao stress. Nos momentos de maior demanda pelas circunstâncias da vida, aumenta a predisposição para crises aguda ou generalizada de ansiedade”, alerta Martins Leite.

O médico do Instituto de Psiquiatria da USP ressalta que as pessoas com acompanhamento médico conseguem prevenir as crises agudas.

“É possível que uma pessoa tratada, controlada, consegue prevenir uma crise aguda. As pessoas acham que está à mercê dos deuses, mas a pessoa tendo o tratamento minimamente ela aprende a lidar com isso, a lançar mão de estratégias que ajudam no controle. O autocuidado é bastante importante”, afirma Rodrigo.

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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de R7.
Foto destacada: REPRODUÇÃO INSTAGRAM @JUJUSALIMENI.

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