Por Patrícia Beloni para o Ativo Saúde
Quando o quadro é permanente, o mau humor vira doença, e o nome dela é distimia. “Reconhecida pela medicina nos anos 1980, ela é uma forma crônica de depressão, só que com sintomas mais leves”, explica a psicóloga.
Este transtorno mental afeta ao menos 180 milhões de pessoas no mundo. Quando não tratadas, as pessoas com distimia tendem a se isolar. “A doença não deve ser subestimada, pois o paciente corre um risco 30% maior de desenvolver quadros depressivos mais sérios”, alerta a especialista.
Segundo ela, a pessoa fica irritada porque está chovendo ou porque está sol. Tudo é motivo para mau humor. Uma característica comum é a irritação e preocupação excessiva até quando a situação é positiva.
O doente consegue ver problema em casos aparentemente 100% benéficos, como ganhar na loteria. Eles apresentam tristeza, pessimismo, baixa autoestima e falta de prazer na maioria das atividades.
Enquanto o indivíduo com depressão grave fica paralisado, quem tem distimia continua tocando a vida, mas está sempre reclamando. Só enxerga o lado derrotista de tudo e não sente prazer em nada.
“A diferença entre ele e o resto dos mal humorados é que os últimos se queixam de um problema, mas param diante da resolução. Já a pessoa com distimia não fica feliz nunca porque começa a pensar em efeitos negativos, como ser alvo de assalto ou sequestro”, aponta Cristiane.
Para quem desconfia de ter algo mais grave do que o simples mau humor, que todos nós temos de vez em quando e é perfeitamente normal, é indicado procurar um profissional capaz de avaliar a situação e, assim, tomar a melhor providência.
Agora, se você tem mau humor quando acorda, quando está muito cansado, com fome ou em qualquer outro momento do dia, mas não tem esse problema com recorrência, vão aí algumas dicas que podem ajudar a reduzir e melhorar o astral:
A primeira coisa é entender mais sobre você e seu corpo. Fazendo isso, você vai compreender melhor a si mesmo, favorecendo sua qualidade de vida e suas relações afetivas. Isso ocasionará efeito diretos no humor.
Depois da atividade física, há liberação de endorfina pelo cérebro, além de outras substâncias que estimulam o humor positivamente, dando sensação de prazer e de bem-estar. Exercícios podem ajudar a deixar o humor muito melhor.
Descansar é essencial e ajuda a regular a vida fisiológica e mental. Quem dorme mal ou tem uma qualidade de sono ruim tem bem mais chances de acordar de mau humor porque não teve tempo suficiente para descansar e repor as energias.
Priorize o que é essencial e filtre o que não é essencial para a vida e para o seu dia a dia. Assim, você terá mais alegria e saberá que está se dedicando a prioridades reais e não a questões irrelevantes.
A frase é clichê, mas faz tanto sentido para reduzir o mau humor.
Isso porque os sentimentos que reinam quando adiamos determinadas atividades é de incapacidade e frustração. O ideal é ser organizado para fazer tudo com antecedência. É sempre bom ter método e planejar o cotidiano.
Tudo isso permite que as ações sejam realizadas sem estresse — e bom humor.
Quando sentir que a irritação está a caminho, procure relaxar a mente e o corpo, sem se deixar levar pela agitação. Respire e expire calmamente e afaste os pensamentos negativos.
É humanamente impossível ter controle sobre todas as coisas. O mau humor também está ligado a personalidades centralizadoras, pessoas que querem comandar o entorno e se sentem incapazes por não dar conta. Aceite que nem sempre é possível fazer isso e o humor tende a melhorar com o tempo.
A vida precisa ser dividida em três momentos: tempo para o trabalho, para você mesmo e para sua diversão e troca com amigos. Não subtraia nenhum dos três, pois isso também afeta o humor.
Comer bem e optar por alimentos mais leves e saudáveis é um dos itens mais básicos para se viver bem, estar feliz com o próprio corpo e sem problemas de saúde.
Alguns alimentos influenciam diretamente no humor, como alface, banana, laranja, uva, mel, ovos, coco, espinafre e jabuticaba.
Se perceber que não consegue ter domínio sobre o próprio humor, procure trabalhos terapêuticos ou aconselhamento psicológico.
Outra opção é encontrar hobbies que te tragam prazer. Pode ser qualquer coisa, desde ir ao cinema, ouvir música ou levar um livro para ler num parque. Cada um sabe o que faz bem para si mesmo.
Imagem de capa: Pablo Varela on Unsplash
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