COMPORTAMENTO

Se o parceiro não muda, muda de parceiro

Parece impossível saber com exatidão o momento exato em que nada mais adiantará, em que tudo já foi feito, dito, revisado, explicitado, em que é hora de sair de um relacionamento que expirou de vez. Queremos dar certo na vida, no trabalho, no amor, por isso nos custa demais terminar com algo definitivamente, porque dói falhar assim, dói demais.

Nós nos apegamos com certa facilidade a coisas, a pessoas, tomando como parte de nossa vida muito do que nem deveria estar junto, mantendo o que machuca, por medo, covardia, por ter que dar satisfações aos outros, ao mundo, enquanto ficamos a cada dia menores, acumulando o vazio de um relacionamento de mão única, amando por dois, pedindo, clamando, doando sem retorno, sem guarida, sem volta.

E os dias vão se passando como nuvem, fugidios, superficiais, carregados de uma ausência doída de afeto e de atenção. E vamos como que nos arrastando, trabalhando, agindo mecanicamente, carentes de ao menos um olhar que retorne sentimento, carentes de abraço, de beijo, de “bom dia” e “boa noite”. A cada dia, ficamos menos gente, vivemos menos amor, ao passo que nutrimos uma falsa e tola esperança de o outro vá mudar – porque a gente já mudou tanto por ele…

Inevitavelmente, chegaremos a um ponto em que já teremos tentado de tudo, já teremos avisado repetidamente, mostrado, já teremos gritado exaustivamente, até terem sido esgotadas todas as forças, todas as possibilidades, todo e qualquer caminho, toda e qualquer tentativa. Sem ânimo, alquebrados, aniquilados emocionalmente, sem ter onde agarrar, tomaremos, então, consciência de que é chegada a hora de sair daquilo tudo, de praticar o adeus, o nunca mais.

Quando ainda amor houver, quando o sentimento ainda estiver ali, sufocado pelo cotidiano, mas disposto a reavivar-se, sempre deveremos tentar e lutar pela manutenção do que já construímos a dois. Entretanto, se somente existe vida de um lado, mesmo após as súplicas e insistências de um só, ali o amor não mais florescerá, pois não há mais cor que se instale em terreno infértil, onde não se semeia reciprocidade.

Não esquecer: ainda há muito pela frente a ser vivido com alguém que realmente lhe dê as mãos e volte os olhos para você. Acredite!

Imagem de capa: Matthew Nigel/shutterstock

Marcel Camargo

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".

Recent Posts

O que a Psicologia diz sobre pessoas que sorriem o tempo todo — não é sempre felicidade!

A ciência explica os diversos significados por trás do sorriso frequente — e os impactos…

18 horas ago

TOP 10 na Netflix: Nova minissérie bombástica vai te viciar logo no primeiro dos seus 6 episódios

É impossível tirar os olhos da tela após dar o play nesta minissérie de investigação…

19 horas ago

Quais produtos vale a pena comprar durante campanhas promocionais?

Acompanhar promoções com antecedência, usar alertas de preços e priorizar produtos duráveis são práticas essenciais…

1 dia ago

Os benefícios do planejamento financeiro para quem usa crédito consignado

Priorizar despesas essenciais e evitar gastos desnecessários mantém as finanças em ordem ao usar o…

1 dia ago

Por que as crianças são tão fascinadas por Minecraft? A Psicologia explica!

Com mais de 300 milhões de cópias vendidas, Minecraft é sucesso entre crianças, educadores e…

2 dias ago

Tomar café com o estômago vazio faz mal? A ciência responde

Antes de tomar seu próximo gole de café, vale a pena entender o que realmente…

2 dias ago