Por Raquel Brito
Se queremos educar nossas crianças, temos que saber claramente que a inteligência emocional é a chave. Estar consciente de suas emoções os ajuda a controlar e a regular sua realidade, abrindo caminho para diversas experiências agradáveis.
Mas, como sabemos, nem tudo na vida é belo e maravilhoso. Os antigos ideais da Disney ficaram para trás, onde príncipes e princesas tinham poucos objetivos na vida a não ser se entregar cegamente a relacionamentos dependentes em mundos mágicos cheios de bruxas e dragões malvados.
Nem tudo é como nos contavam, nem o mundo se compõe em tons de branco e preto ou, o que é o mesmo, de pessoas boas e más que essencialmente indicavam que na ausência do mal tudo é fantástico e cheio de felicidade. Isso, sem dúvida, não funciona assim, e apenas oferece uma imagem irreal do mundo em comparação com o nosso do dia a dia.
Temos a responsabilidade de dizer adeus ao “e foram felizes para sempre”. É nosso dever dizer “a vida é construída a partir da sua própria força”.
Não podemos seguir pintando o mundo de cor-de-rosa, porque eles crescerão e enfrentarão problemas que não saberão resolver pelo enorme mal-estar e a grande sensação de incompreensão e injustiça que isso irá gerar neles.
Dessa maneira, ajudá-los e fomentar a consciência dos seus estados emocionais e dos das outras pessoas deixa uma impressão que marca o antes e o depois no seu caminho em direção à força.
O desenvolvimento da consciência emocional na infância assenta as bases que ajudarão a gerar boas estratégias de regulação emocional. Dessa maneira, uma baixa consciência emocional conduz a estratégias regulatórias menos adaptativas e, assim, a uma menor capacidade de resolução de problemas.
Dessa maneira, dependendo de cada momento evolutivo, veremos que a consciência emocional alcança um papel determinante para certas tarefas vitais (formação de vínculos afetivos, desenvolvimento da cognição social, formação da identidade, etc).
Não basta apenas fazer com que as crianças compreendam e estejam cientes das suas emoções, mas devemos fazer com que elas regulem e controlem suas reações de maneira individual e em conjunto com os outros.
O principal erro que se comete é ensinar para as crianças que as emoções desagradáveis (tristeza ou raiva), devem ser ignoradas (“não se importe com isso”) ou mudadas (“não se irrite com essa besteira”); e mais, algumas vezes, inclusive se incentiva a vergonha em relação a elas (“não seja um chorão”).
Com isso em mente, entende-se que a regulação emocional consiste em administrar as emoções de forma correta uma vez que se está consciente delas. Existem duas formas principais de promover o desenvolvimento dessa capacidade:
A consciência emocional é o melhor veículo para a mudança em nossas vidas. Ou seja, temos que estar conscientes do que nos provoca sentimentos frustrantes, negativos, positivos e agradáveis para encontrar aquelas maneiras de fomentá-los, compreendê-los e controlá-los.
Se privarmos as nossas crianças de um desenvolvimento emocional correto, então obteremos como consequência a incapacidade de compreender e avaliar de maneira correta os seus sentimentos e emoções. Por isso, ensinar as crianças a observar, comunicar e aprender sobre suas emoções é essencial para favorecer seu desenvolvimento e o êxito completo. Por conta disso, nossa responsabilidade principal nessa etapa é propiciar o desenvolvimento da sua inteligência emocional, a chave da sua força.
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA
Imagem de capa: Shutterstock/Thatsaphons
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