Ver as crianças entretidas com tablets e celulares é uma fuga que muitas mães têm usado recentemente. Temos que levar em conta que a rede é um universo infinito, onde sim, encontraremos vídeos e memes de gatinhos, mas também é um lugar onde existem perigos como: conteúdo adulto de fácil acesso a todos, indiscriminadamente, além de cyberbullying, estímulo ao vício, hipersexualização, entre outras coisas.
Silvia Barrera é especialista em segurança cibernética da polícia. Ela publicou seu livro “Nossos filhos na Web. 50 coisas que devemos saber para uma boa prevenção digital” e, e falou spbre o livro e sobre o assunto à rede ABC.
Ela diz que o mundo em que os pais viviam na infância e na adolescência é bem diferente do mundo de hoje. “Devemos entender que os adultos herdaram a rede e a utilizam mais para fins profissionais ou utilitários (fazer compras on-line, usar serviços bancários on-line etc.). Mas não os filhos. Para eles, seu mundo gira em torno do digital. A maneira de se comunicar é visual: eles não recebem chamadas telefônicas, mas sim um vídeo do TikTok – rede social que se tornou febre entre crianças e adolescentes. Este é o mundo em que eles nasceram. Eles o vivem com a mesma intensidade com a qual vivemos o mundo físico na época e, portanto, deve ser entendido. É por isso que é vital criar uma cultura digital desde a infância. É o que eles vão projetar em suas vidas! É um investimento do futuro. Internet não é um fenômeno que um dia terá fim. Ela veio para ficar, está aqui e vai além. É por isso que é tão importante entender esse novo mundo.
Silvia diz ainda que pais e mães precisam entender o mundo em que as crianças vivem, porque os adultos continuam vendo a Internet como um jogo. Pensam que, no terreno virtual, as crianças apenas brincam, se diverteme experimentam … Mas estamos falando do “mundo deles”, e é um ambiente que apresenta muitos riscos. Como no físico nos preocupamos em não deixá-los sozinhos na rua, por que os deixamos sozinhos no mundo virtual? Quanto antes nos sentarmos com eles para conversar, para explicar as coisas, melhor. É o mundo em que vivemos.
A policial também ressalta a importância de impôr limites aos filhos. “Vocês [pais e mães] precisam ensiná-los que eles não podem permanecer conectados o dia todo e que, na hora de dormir, eles devem ir para o quarto sem o celular. Na família, regras de uso e um clima de confiança devem ser criados, porque as crianças sempre procuram determinados aplicativos, redes sociais ou itens da Internet por conta própria. Mas, sendo ensonado sobre as regras de uso e sobre os perigos da rede, ele sabe que está quebrando as regras e, quando recebe uma mensagem de um estranho ou algo perigoso, ele vai te consultar sobre isso. É melhor que a criança vá até você do que você ficar constantemente indo atrás dela. E esses tipos de conflitos familiares são assuntos que a família, e não a polícia, precisa resolver em casa.” , finaliza.
“Os pais devem estar muito atentos e não podem permitir que a criança tenha um telefone celular cujo código PIN eles desconhecem.”, pontua o policial. “Muitos pais me dizem, ‘Se eu tirar o celular, ele fica bravo’. Mas é preciso abandonar esse pensamento. Os filhos não vão desenvolver um trauma se você tirar o celular deles por uma semana devido a uso indevido ou por terem violarem as regras. Você tem que ser rigoroso. De fato, tenho certeza de que se eles vissem o que vejo todos os dias, estariam cientes e não dariam celulares aos filhos.
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Adaptado por Destaques Psicologias do Brasil do original de Nation.
Fotos: Reprodução.
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