Por Amanda Schultz
Em busca de uma perfeição ilusória, nos cobramos demais. Essa pulguinha da autocobrança aparece quando pensamos no nosso caminho profissional (deveria estar em tal ponto da minha carreira), nos papéis que cumprimos (deveria ser uma mãe/filha/irmão melhor), na nossa aparência (deveria ser mais magra/ter menos disso ou mais daquilo) e quando julgamos nossos sentimentos e pensamentos. “Eu não deveria estar me sentindo ansioso”. “Eu não deveria estar pensando isso”.
Quando fazemos isso, além do sentimento ou pensamento que já nos deixa para baixo, a culpa aparece para pesar ainda mais nossos ombros. Essa é, inclusive, uma armadilha perigosa no caminho do autoconhecimento. Quando entramos nessa jornada de querermos evoluir, de sermos pessoas mais conscientes e felizes, nos tornamos também mais conscientes de nossos pensamentos e emoções. E isso é fantástico, porque só quando algo vêm à superfície da consciência é que pode ser trabalhado. Mas temos que tomar muito cuidado para não nos tornarmos juízes, carrascos de nós mesmos.
Ao longo do nosso processo de crescimento e evolução, que perpassa toda a nossa existência, vamos julgar o próximo, vamos ter raiva, vamos ter medo, vamos ter pensamentos negativos, vamos errar das mais diversas maneiras. E nesse processo é fundamental que tenhamos amor próprio. Que encaremos de forma amorosa cada etapa do nosso aprendizado. Sabendo que nossa essência carrega a mais pura perfeição. E que toda e qualquer experiência nos serve de aprendizado para retirar de pouquinho em pouquinho os véus de ilusão que colocamos à frente de nossos olhos.
Não julgamos, brigamos, criticamos uma criança que cai inúmeras vezes ao tentar dar os primeiros passos. Somos amorosos, compreendendo que ela tem o seu processo e que logo conseguirá realizar o que deseja.
Trate-se com amor, com carinho, compreendendo que é natural cair e refletindo sobre qual lição pode tirar desta queda para que seu andar seja mais firme da próxima vez. E então siga em frente. Sem culpa, sem autodepreciação.
Você já carrega dentro de si a bondade, a pureza, a alegria e todos os dons da alma. Permita que seu caminho seja mais leve. Não lute contra o medo, contra a tristeza, contra esse ou aquele pensamento. Em vez disso, faça fluir o imenso amor que carrega dentro do peito. O amor por si mesmo. Lembre-se: o amor liberta.
Imagem de capa: Shutterstock/KENG MERRY Paper Art
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE E MARAVILHOSA
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