A jovem Aymee Almeida Cruz, 20, é protagonista de uma história bastante inusitada. Ela conta que quando deu à luz o pequeno Lucas, que hoje tem 1 ano, não sabia que estava grávida. O parto aconteceu dentro de um banheiro de um apartamento em Cuiabá, Mato Grosso. Ela passou pela experiência sozinha.
Confira o relato de Aymee para a revista Crescer:
“Em 2018, eu fui para Cuiabá e comecei o cursinho para prestar o vestibular de medicina. Foi quando mudei um pouco os meus hábitos. Parei de fazer academia e comecei a parar de me preocupar com a alimentação e logo engordei. Por isso, não percebi o ganho de peso da gravidez. A minha menstruação também era muito desregulada, então era normal ter um mês e outro não. Além disso, eu tinha alguns sangramentos também, que pensava que era a menstruação. Durante esse período, não senti o bebê mexendo e nem enjoos.
No entanto, um dia, eu devia estar com uns quatro meses de gravidez, me senti mal, minha pressão caiu. Decidi ir ao hospital e a médica me perguntou sobre a menstruação. Mas, como eu tive sangramentos, falei que estava normal. Ela nem pediu para fazer o teste de gravidez e disse que era por causa do estresse do vestibular. Voltei para casa e continuei indo para o cursinho.
Um tempo depois, uma semana antes do Enem, meus pés incharam muito, então fui ao médico novamente. Porém, ele disse que poderia ser um problema na articulação e me passou um remédio, mas como era muito forte, eu não quis tomar. Fiz o primeiro dia de prova do Enem em um domingo, em minha cidade e voltei para Cuiabá para continuar estudando no cursinho.
No dia 8 de novembro, antes da segunda prova do Enem — que seria dia 11 — comecei a sentir muita cólica. Eu iria comer um lanche na casa das minhas amigas, mas acabei indo para casa. Como estava sentindo muita dor, decidi entrar no chuveiro. Fiquei lá por um tempo e aliviou um pouco. Uma amiga chegou a vir me ajudar. Fez uma compressa de água quente. Quando ela foi embora, a dor piorou muito. Decidi voltar para o chuveiro. Não conseguia raciocinar, só sentei no chão. Pensei em chamar alguém para ajudar, no entanto o meu celular estava no quarto.”
Foi então que o bebê saiu! Eu não conseguia pensar, só fiquei olhando para ele como uma estátua. Ele não chorou de imediato, só um tempo depois. Eu me assustei e falei comigo “Tem uma criança aqui!”. Levantei e desliguei o chuveiro. O bebê estava muito roxo, então cortei o cordão umbilical e o enrolei em alguns panos. Dei de mamar e ele dormiu.
Nesse momento, fiquei pensando como iria tirar o cordão umbilical de mim. Em nenhum momento, pensei em ligar para a emergência, não estava raciocinando. Assim, pesquisei na internet como tirar o cordão e acabei vendo que era preciso tirar a placenta também. Vi que era só fazer força que ela saia, fiz isso. Depois, ainda fui limpar o apartamento. E só depois liguei para uma amiga.
Era 5h da manhã do outro dia, eu só liguei e disse: “Tem um bebê aqui”. Ela pensou que eu tinha abortado. Quando eu cheguei em sua casa, ela ficou chocada em ver que era real, tinha uma criança. Assim, minha amiga foi comprar roupa para o Pedro, já que eu não tinha nada.
Eu só fui para o hospital no outro dia. O pessoal lá ficou doido. Eles me internaram, fizeram vários exames e estava tudo bem comigo e com o bebê. Foi a médica que ligou para a minha mãe e deu a notícia. Minha mãe pensou que era trote. Depois que soube que era verdade, começou a chorar e foi para Cuiabá ficar comigo.
Os médicos queriam me deixar internada por três dias, mas com estava tudo bem comigo e com o bebê, minha mãe pediu para me darem alta, assim eu conseguiria fazer o segundo dia de prova do Enem. Eu fiz a prova, no entanto me senti muito mal.
Logo depois, entrei no curso de enfermagem, porém acabei desistindo, porque era integral e eu não conseguia conciliar com a maternidade. Em 2019, ainda cheguei ir para o Paraguai fazer medicina. No entanto, o Pedro não se adaptou a ficar longe de mim, então eu voltei e decidi recomeçar o curso de enfermagem. Agora, meu filho está com 1 ano e sete meses e está mais fácil equilibrar a rotina.
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Destaques Psicologias do Brasil, com informações de Crescer.
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
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