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Ser feliz no trabalho: Sonho ou realidade?

Em meus atendimentos de coaching tenho percebido que algumas pessoas estão bem mais próximas daquilo que querem fazer do que outras, elas já vislumbraram o que podem fazer e estão ansiosas para darem os próximos passos. Outras não, estão distantes de novas possibilidades.  

Para quem está querendo de verdade mudar de profissão existem algumas fases. Não me refiro às pessoas que estão com algum problema pontual profissional e começam a pensar que a solução está em mudar de profissão. Isso acontece com frequência, quando na verdade a necessidade é de mudar comportamentos ou funções dentro da própria profissão. 

Me refiro às pessoas que estão realmente desencaixadas daquilo que lhes daria satisfação e prazer. Eis as fases iniciais:


1. Incômodo com a função atual – pode durar anos
2. Profunda insatisfação com a função e o trabalho em geral – senso de urgência “não posso ficar mais onde estou”.
3. Vislumbres de novas visões ” o que pode ser diferente”.

Nesse momento, algumas pessoas permitem que essas visões cresçam, se desenvolvam. Essas visões são imagens, sensações, ideias do que poderiam ser opções reais de mudança.
Em outros casos, essas visões não conseguem crescer, aumentar, ficar mais nítidas. Por quê? Em função da resistência, do medo, do abandono das suas tendências mais reais.

É como se existisse um muro bem alto entre o que a pessoa é e o que ela acha que deve ser. Em algum momento da sua infância ela concluiu que seus mais reais interesses não eram “confiáveis”, ou “dignos” ou “interessantes”, por isso ela colocou tudo numa gaveta e trancou.

Não só isso, esse conteúdo passou a ser perigoso. Quanto mais tempo passa, quanto mais areia escorre da ampulheta, menos tempo sobra para a descoberta e usufruto desse conteúdo. Encontrá-lo pode causar enorme frustração e sentimentos de fracasso. Mais fácil continuar no trajeto do autoengano, mesmo que isso cause sofrimento. É a atraente e mortificante zona de conforto. Mais sobe o muro.

Além disso existe mais um complicador. Temos não só medo da dor mais também da felicidade.


Se existirem crenças sobre a felicidade ser um sentimento bobo, fútil, vulgar , mais resistência ao se direcionar para ela.
Abaixo algumas frases comuns:
– “Pare com essa bobagem de seguir seus sonhos”
– Que infantilidade querer fazer algo que gosta, seja adulta e encare a vida como ela é.
– Vá sonhando, sonhe bastante porque a realidade é dura e sofrida.
– Sonhos não dão dinheiro


Todas essas frases trazem a conotação de que trabalhar com algo prazeroso é algo infantil.
Infantil é querer chegar a um destino sem fazer o caminho, dar os passos, juntar recursos. Essa é a parte infantil. Seguir os sonhos, os desejos, as tendências de realização e contribuição é um ato saudável e adulto.

Para esconder nossa essência por acreditarmos que ela não tinha valor, fomos erguendo esse muro ou então vestindo roupas (máscaras) para apresentar ao mundo. Quanto mais roupas colocamos, menos conhecemos nosso corpo nu. Nesse corpo existe a força, a energia, a musculatura necessária para o movimento.


Então num processo de descoberta de uma nova profissão, precisamos ter coragem para tirar a roupa e olhar o corpo nu. Ou destruir o muro. Colocá-lo abaixo com responsabilidade, dando os passos necessários, abrindo mão de algumas coisas para se conseguir outras mais importantes nessa determinada fase.


O que desejo? Que experiências eu quero ter? O que me faz feliz?
Com o que quero contribuir? Que qualidades eu tenho? Que habilidades eu tenho?
Lembrando que a mudança pode ser na forma como se trabalha, no estilo de vida, na empresa.


Um bom questionamento irá esclarecer se determinada situação é mesmo uma questão de mudar a profissão. Se estiver muito difícil responder, tente o contrário.
O que eu não quero? Que experiências eu não quero? O que me faz infeliz?
Que defeitos mais me incomodam em mim, o que desejo mudar?


Saber o que não desejamos nos aponta para algo que desejamos.


Se a resistência é baixa ou se não há resistência, havendo aceitação e vontade de conhecer seus reais interesses e tendências de trabalho e contribuição, da etapa 3, seguimos adiante para:

  1. Identificação de possibilidades
  2. Avaliação e priorização de possibilidades
  3. Definição de objetivo e planejamento e execução de ações.

Nesses casos, o processo é mais fluido.
Depois da avaliação de possibilidades, a produtividade no planejamento e na execução é bastante alta. A inspiração, o fluxo, o entusiasmo estão instalados e apoiando a caminhada. Nenhum obstáculo é grande o suficiente para impedir o progresso.


E você? Qual o tamanho do seu muro?
Que nota você dá para a sua realização profissional? De 0 a 10?
O que você quer que seja diferente?
Qual o primeiro passo?
Comece.

Graziela Ramos de Souza Bergamini

Psicoterapia, orientação vocacional, coaching, orientação psicológica via skype, suporte psicológico para empresas.

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