Por Thyara Fernandes
Hoje temos uma rotina normalmente estressante, pessoas sem tempo, telefones nos atualizando de compromissos e afazeres, inúmeros grupos virtuais ou reais, acúmulos nas funções da família e vida profissional.
Expectativas, sonhos, ambições que nos fazem muitas vezes nos preocupar excessivamente com o futuro. Temos ainda, o emprego que talvez não seja o dos nossos sonhos; a nova proposta que surgiu acompanhada daquela indecisão em aceitar ou não; o relacionamento que esfriou; um amigo que nos decepcionou; uma perda de alguém querido.
Acredito que a maioria de nós já viveu ou vive algum dilema, que parece tomar conta do imaginário. O nosso psiquismo por vezes nos leva a crer que situações seriam mais desejáveis ou não no mundo que habitamos. Podemos ainda ter nossas questões íntimas ainda não tão bem resolvidas como gostaríamos.
Sim, nem tudo são flores e o mundo real por vezes é doloroso. Preocupamos muitas vezes mais com o nosso trabalho do que com a saúde; mais com o relacionamento do que com as próprias vontades; mais com o amanhã do que com o hoje; mais com o dinheiro do que com a felicidade. Ainda bem que sempre há tempo para realizar mudanças.
Uma das fontes de desânimo é justamente buscar a alegria onde ela tem fundo raso. A essência dos prazeres duradouros ainda parece estar nos pequenos gestos, nos desafios superados, no sucesso mental e na consciência de que é possível transformar experiências ruins em atitudes positivas.
Muitas vezes estagnados na promessa de algo surpreendente, nos esquecemos de que o presente nos mostra situações, corriqueiras e simples, tão importantes quanto esse ideal.
Não somos bonecos de sucesso ou insucesso, somos humanos cheios de potencial a serem descobertos e subjetividades. Contudo, ainda estamos cercados por apegos materiais e ilusões do que é certo ou errado.
Desejamos amar e ser amados, mas temos grande dificuldade de aceitar o outro imperfeito, como somos. Assim, potenciais relações se despedaçam no tempo e no espaço de maneira líquida.
Devemos nos conectar mais com o mundo que nos rodeia, perceber todo o universo que nos alimenta espiritual, física e mentalmente.
Cuidar do outro, respeitar o próximo e ajudar quem precisa poderia ser feito como um dever social, cumprido com um sorriso no rosto, pois estar vivo é uma dádiva por si só.
Cultivar a simplicidade sem grandes expectativas pode ser um bom caminho para se viver melhor na longevidade, pois nem todo dia precisamos fazer algo espetacular.