Por Drauzio Varella em seu site oficial
Em algum momento da vida, 20% das mulheres e 8% dos homens apresentarão distúrbios de ansiedade. Na maioria dos casos, as crises persistirão por seis meses ou mais.
A expressão distúrbio de ansiedade compreende várias condições clínicas que evoluem de forma diferente e exigem tratamento específico. Entre elas, destacam-se: síndrome do pânico, ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, estresse agudo, fobias específicas, fobias sociais e distúrbio obsessivo-compulsivo.
W. Levinson e C. Engel elaboraram os quadros abaixo para orientar médicos clínicos no diagnóstico de cada um desses distúrbios. Veja se você se enquadra em alguma dessas situações:
* Você se descreve como uma pessoa nervosa?
* Anda o tempo todo preocupado?
* Vive tenso ou tem muita dificuldade para relaxar?
* Já teve ataque súbito de taquicardia ou de medo intenso, paralisante?
* Já sentiu crises de forte ansiedade ou nervosismo insuportável que podem chegar ao medo de ficar louco ou à sensação de morte iminente? Algum acontecimento parece disparar essas crises?
* Você já faltou a atividades importantes por medo de permanecer em espaços abertos?
* Você se inclui entre as pessoas que têm medo exagerado de serem observadas ou avaliadas por outras e fazem o que podem para não comer, falar ou escrever na frente dos outros temendo sentirem-se embaraçadas?
* Algumas pessoas experimentam medo incontrolável de altura, de avião, de elevador, cobras, morcegos, aranhas, baratas, mariposas e outros insetos. Você tem algum tipo dessas fobias?
* Algumas pessoas são invadidas por pensamentos tolos, desagradáveis ou atemorizadores que se repetem sem cessar. Por exemplo: temem ferir sem intenção uma pessoa querida; sofrem desproporcionalmente por medo de que algo ruim possa acontecer a um ente amado; angustiam-se só em pensar que, um dia, possam gritar obscenidades em público, fazer gestos impróprios na presença dos outros ou contaminar-se com germes mortais. Algo assim já perturbou você?
* Algumas pessoas ficam muito perturbadas por não verificar, a todo instante, se o forno está desligado, a porta fechada, os documentos no bolso, as luzes apagadas. Outras lavam as mãos a cada dez minutos, ou contam números sem parar. Isso tem sido problema para você?
* Você viveu ou presenciou algum acontecimento traumático, no qual sentiu a vida em perigo? Ou viu alguma pessoa nessa situação? O que aconteceu?
Hoje, existem medicamentos específicos e tratamentos psicoterápicos que ajudam muito os portadores desses distúrbios.
Como regra, os casos de sintomas mais leves, recém instalados e com pequena interferência nas atividades diárias, podem receber tratamento psicoterápico exclusivo.
Nessa área, a técnica mais aplicada é a terapia comportamental cognitiva que se baseia na exposição do paciente a estímulos potencialmente criadores de estresse, garantindo situações de segurança que evitem respostas fóbicas.
Embora a psicoterapia também esteja indicada nos casos mais graves, não deve constituir tratamento exclusivo: existem medicamentos específicos para cada tipo de distúrbio de ansiedade.
O tratamento farmacológico costuma ser prolongado: geralmente é mantido por seis a doze meses, contados a partir do desaparecimento dos sintomas e, depois, descontinuado em doses decrescentes. Em casos especiais, a medicação pode ser mantida por muito mais tempo.
Os distúrbios de ansiedade são provocados por desordens do sistema nervoso simpático, que libera, na circulação, quantidades inadequadamente altas dos hormônios envolvidos na reação de estresse.
Seus portadores, abandonados à própria sorte, como ocorria no passado, podem sucumbir aos sintomas causados por essas descargas hormonais e passam a levar uma vida marcada pelo medo e o isolamento.
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