Não podemos esperar que os outros se comportem sempre do jeito que quisermos, mas insistimos em gastar muito do nosso tempo e energia tentando forçá-los. E quando não agem conforme as expectativas, gastamos ainda mais tempo e energia nos sentindo frustrados ou irritados.
Esse constante conflito para fazer com que as pessoas ajam de acordo com a nossa vontade não gera apenas infelicidade e insatisfação, mas também se traduz em problemas de relacionamento. Quando alguém se sente controlado ou forçado a mudar, é mais provável que se torne resistente e faça exatamente o oposto do que queríamos. Afinal, não é assim que agimos quando fazem o mesmo conosco?
Na verdade, a atitude alheia só nos afeta quando a tomamos como algo pessoal. Talvez Fulano tenha esquecido de dizer “bom dia”, ou talvez Ciclano tenha se atrasado para algum compromisso. De qualquer maneira, quando criamos expectativas e nos deixamos frustrar pelo comportamento dos outros, não só deixamos o ego nos convencer de que “estão todos errados”, mas também criamos uma forte resistência ao que simplesmente “é”.
Em outras palavras, ficamos chateados e ofendidos por algo que, muito provavelmente, não era pessoal — nos enxergamos automaticamente como alvo dos acontecimentos. Deixar que ações alheias controlem nossas emoções é como dizer: “seu comportamento é capaz de me perturbar, portanto minha felicidade depende do que você faz. Enquanto você não fizer o que eu quero, do jeito que eu quero, nunca estarei satisfeito.”
Ora, seria mais fácil dizer: “Me tornei seu refém” — percebe? Permitir que a própria felicidade fique nas mãos de outra pessoa, independente do grau de afinidade, nunca é uma boa ideia. As pessoas têm sua própria autonomia e, enquanto estivermos como reféns, acabarão nos decepcionando — uns mais cedo, outros mais tarde.
Claro, temos também aquele tipo que tenta nos afetar de forma intencional, seja com ofensas, agressões ou “brincadeirinhas com fundo de verdade”. Uma situação dessas é sempre delicada, mas ainda é possível lidar com tudo isso de forma saudável e produtiva, basta aceitar os outros exatamente como são — é tão improvável quanto eficaz, acredite.
Aceitar o comportamento dos outros, sem julgar nem resistir, não parece fácil nem mesmo enquanto discurso, mas é a única coisa que realmente nos liberta das opiniões, comportamentos e atitudes alheias. Afinal, ninguém é responsável por garantir nossa felicidade e satisfação. O mundo não gira de acordo com nossas expectativas.
Não podemos forçar alguém a fazer, dizer ou agir conforme a nossa vontade. No entanto, temos todo o poder e controle sobre nossas próprias ações e comportamentos.
Quando alguém nos deixa frequentemente tristes, irritados ou frustrados, temos autonomia para escolher se continuaremos aceitando esses comportamentos ou não, mas nenhum poder para mudar, efetivamente, seja quem for.
Ao focar em nossos próprios comportamentos e reações, assumimos o controle e deixamos de permitir que atitudes alheias ditem “como”, e “quando”, ser feliz.
“Aceitar os outros pelo que são” não significa que devemos aceitar maus tratos e abusos, mas que podemos lidar de outra maneira com o desejo de que as coisas fossem diferentes, ou melhor, com essa resistência ao que simplesmente “é”. Assim, passamos a lidar com o que realmente aconteceu, ao invés de perder tempo com atitudes do tipo “deveria ter dito…”, “poderia ter feito…” ou “se eu fosse você…”.
Não temos como mudar o passado, então por que não encarar a vida simplesmente como é, aqui e agora? Ao lidar somente com o que “é”, aprendemos a diferença entre responder e reagir.
Responder é dar espaço a si mesmo para tratar uma questão com a seguinte mentalidade: “Há algo nesta situação que eu possa mudar?” Reagir — como já sugere a palavra: Reagir — é agir, novamente, de forma instintiva e defensiva, julgando e impondo nossas ideias sobre como as coisas “deveriam” ser.
Veja que há uma enorme diferença entre as duas. Responder é aceitar, buscar alternativas e se adaptar. Reagir é resistir, culpar e se desgastar. Podemos nos afastar de um relacionamento ou tentar acertar as coisas com determinada pessoa, mas algo precisa estar claro: a escolha é sempre nossa.
Após algum tempo “aceitando as coisas como elas são”, percebemos que deixar de culpar os outros é a coisa mais libertadora que poderíamos ter feito. A partir de então, assumimos total responsabilidade por nossas próprias vidas e paramos de insistir para que os outros se moldem aos nossos desejos. Ao aceitar, resgatamos a própria felicidade que tínhamos depositado nas mãos de outra pessoa.
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