Considerando que para ser um indivíduo saudável precisamos buscar o equilíbrio entre mente e corpo, um desequilíbrio emocional pode afetar nosso corpo, bem como uma alteração orgânica no corpo pode afetar nosso psiquismo. Temos aí as doenças psicossomáticas (psique = alma / soma= corpo).
As doenças psicossomáticas caracterizam-se por desafiar constantemente os métodos utilizados pela Medicina, que não consegue por meio de exames e diagnósticos, explica-las e encontrar suas causas.
Talvez a principal diferença em abordar as doenças psicossomáticas seja o fato de a Medicina utilizar-se da “clínica do olhar”, percebendo o corpo como uma máquina que pode ser manipulada, enquanto a Psicanálise utiliza-se da “clínica da escuta”, enxergando o corpo como marcado pela linguagem e pela pulsão.
Para a Psicanálise a doença é um meio de encontrar uma solução (ainda que problemática) para os conflitos inconscientes, buscando saídas através do corpo.
Podemos dizer que acometido por uma doença psicossomática, o indivíduo é atingido por aquilo que é impossível de dizer ou de nomear, e que possivelmente relaciona-se com sua fase do desenvolvimento pré-verbal, ou seja, com as relações afetivas vivenciadas no início de sua vida junto de seu cuidador (comumente a mãe).
O processo de psicoterapia psicanalítica coloca em questão a participação do paciente em seus sintomas, no intuito de interrogar o lugar que ele ocupa no caos em que se encontra, dando o direito de, através da palavra, romper com o ‘silêncio dos órgãos’, partindo do pressuposto de que o sujeito sabe melhor do que ninguém sobre a sua história…