Ao longo de sua obra, Freud utilizou o termo narcisismo em diferentes acepções. Definiu como narcisismo primário, narcisismo, narcisismo do ego e narcisismo secundário. São conceitos relacionados entre si, mas cada um contém uma especificidade, cada um deles explicita distintos modos de subjetividade. Encontram-se algumas variações de um autor para outro, quer seja no que se refere à sua descrição, tanto quanto à sua situação cronológica no desenrolar da constituição do sujeito, sendo que alguns destes põem em dúvida até mesmo sua existência (Magalhães, 2004). Sobre narcisismo primário, o mais polêmico de todos os narcisismos, Zornig, (2008) aborda que em Freud e para os psicanalistas em geral, o corpo, além de sua dimensão biológica, é um corpo simbólico. Simbólico no sentido de que a imagem que cada um tem de si é construída na relação com os adultos que ocupam a função de pais. O narcisismo primário postulado por Freud (1914/1976c) é instituído através do investimento narcísico parental que antecipa um sujeito e um lugar para o bebê antes mesmo de seu nascimento. Ou seja, Freud inverte a lógica do narcisismo enquanto amor a si mesmo, sugerindo que é necessário um investimento do outro para que haja um investimento no Eu. Neste sentido, a relação especular através do olhar materno, possibilita à criança que ela se reconheça como sujeito. Olhar aqui pensado em oposição à visão, pois uma mãe reconhece em seu filho possibilidades muito maiores que sua existência presente. A sexualidade infantil confronta o adulto com sua própria infância perdida, colocando-o diante de um impasse: reconhecê-la, podendo acompanhar as crianças em seu percurso subjetivo, ou negá-la, para não se deparar com suas frustrações, conflitos e desejos infantis. Manter a importância da concepção freudiana sobre a sexualidade infantil é reconhecer sua dimensão singular e estruturante: singular por estar referida à construção da subjetividade a partir da representação psíquica da relação corpo a corpo com o outro; e estruturante por testemunhar as marcas relacionais que funcionam como referentes para uma apropriação narrativa a posteriori.
Pensar o sujeito contemporâneo requer necessariamente submetê-lo à posição de desamparo originada pela queda de referenciais, tais como a família patriarcal, a falência do estado e a superação da ciência como promessa de desenvolvimento humano. Frente a tais esgotamentos, o sujeito contemporâneo estrutura-se psiquicamente de maneira distinta daquela do século XIX. Maia (2003, p. 61) lembra que “na atualidade, ou pós-modernidade, conseqüência lógica ou ilógica da modernidade, os sujeitos são pressionados a se desvencilhar da estabilidade da ordem e da identidade” Sendo assim, reações diversas processam-se no cotidiano atual, inscrevendo o desejo num terreno até então desconhecido e revelando-o de forma inusitada.
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