É fundamental que se pense na presença paterna como algo estruturante ao desenvolvimento psíquico do filho. Ser pai é exercer essa função não é algo a ser visto como digno de aplausos, afinal pai é pai e deve exercer essa função. Não importa a configuração família, há que se exercer a chamada paternagem, ou seja, um papel terceiro na relação, sendo alguém que se mostra como lei, mas também como afeto, sendo uma autoridade a ser respeitada.
O pai permite então que o filho se torne sujeito e ingresse na cultura, interditando essa relação tão dual entre quem exerce o papel de mãe é o bebê. A ausência de um pai é sentida de algum modo, importante sempre levar em conta o que a mãe diz sobre esse pai, afinal isso vai estruturando aquela figura no inconsciente da criança. Importante lembrar que pais são os primeiros modelos de amor e ódio da criança, por isso suas falhas e excessos afetam tanto a vida adulta.
Talvez a literatura não destaque o lugar do pai quando se trata de bebês, porém o contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante e sendo alguém que cuida de modo diferente da mãe, o bebê nota as diferenças. A criança necessita de um pai para desprender-se da mãe e ao mesmo tempo de uma dupla de pais estruturante.
A presença do pai é que poderá facilitar à criança a passagem do mundo da família para o social, o que pode gerar dificuldades em pacientes que viveram a ausência paterna, tanto de pais ausentes fisicamente como também ausentes no discurso da mãe. São construídos referenciais sobre amor, ódio, homem, mulher, relações. Por isso, há que se ter a presença. Mesmo que o casal se separe é importante pensar na forma como isso ocorre e privilegiar sempre a criança e seu desenvolvimento.
O famoso jogo de falar mal do outro para a criança traz uma série de danos ao psiquismo da criança, talvez os pais estejam tão mergulhados em suas diferenças e desavenças que não pensam no mal que estão fazendo. Filho é para sempre, não importa se o casal continua unido ou não, ambos tem que ser presentes e ativos. Crianças que sentem o pai próximo e presente sentem-se mais seguras em suas tarefas, escolhas e decisões.
O pai traz lei, segurança, sustentação, amor. Estrutura aquele ser tão pequeno e permite que ele cresça de modo mais saudável psiquicamente.
A ausência paterna pode gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento.
Pais devem fornecer bases seguras a partir da qual uma criança ou um adolescente pode explorar o mundo exterior e a ele retornar certos, de que serão bem-vindos, acolhidos , como também poderão receber uma bronca ou sinais de reprovação. Essa relação de apego e segurança estrutura noções de confiança em relação a si mesma e, principalmente, nas relações externas.
Ser pai é ter autoridade e também ser um fornecedor de carinho. Hoje em dia, o pai divide com a mulher as tarefas domésticas, vai às reuniões da escola, leva os filhos ao pediatra, inglês, futebol e muitos países já têm licença paternidade, o que ainda não é uma realidade no Brasil.
Cada vez mais, a figura do pai deixa de ser como alguém temido para algo mais igualitário, já que muitas mulheres assumem tripla jornada de trabalho e necessitam desse outro.
A presença do pai na vida de um filho é tão fundamental quanto a presença da mãe, quando se pensa em um bom desenvolvimento socio-emocional da criança, sob vários níveis e circunstâncias.
A ausência do pai ou de uma figura que o substitua é problemática, contudo pode ser representada por outra pessoa que forneça a paternagem, como um avô ou outro adulto.
Se mesmo assim há essa ausência, assim como no discurso da mãe, problemáticas podem se instalar como outros modelos ocuparem esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos propriamente exemplares.
A participação efetiva do pai na vida de um filho promove segurança, autoestima, independência e estabilidade emocional.
Imagem de capa: Shutterstock/Monkey Business Images
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