Voltei a ser a mesma de sempre: alguém capaz de sonhar, de saborear a vida aos bocados, aos goles e abraços. Deixei de lado a pessoa que fui até pouco tempo, alguém que havia esquecido de si mesma para dar prioridade aos outros, uma sombra de sonhos despedaçados e decepções amargas que aos poucos foi capaz de se curar, de se reencontrar.
Todos nós, de alguma forma, já passamos por esse tipo de viagens pessoais onde tomamos consciência de que havíamos nos afastado demais do nosso norte emocional, do nosso equador interno. Finalmente, em um ato de coragem surpreendente e de uma luta pessoal admirável, voltamos para refazer os nossos passos, sobre essas pegadas deixadas na areia de nossos oceanos emocionais para recuperar a nossa autoestima, a nossa integridade.
“Todo mundo pensa em mudar o mundo, mas ninguém pensa em começar a mudança por si mesmo.”
-León Tolstoi-
Neste delicado processo psicológico para recuperar a própria identidade e os próprios valores, temos que saber claramente que quase nunca iremos voltar completamente imunes. Nesta viagem de regresso mudam várias coisas, de forma que embora olhemos no espelho orgulhosos por termos deixado para trás o que nos machucava, não seremos os mesmos de antes, e talvez também não seremos os de sempre.
Seremos uma versão melhorada. Mas este é um processo que sem dúvida leva tempo, pois apesar de termos nos afastado dessa fonte de dor, ninguém dá o salto para a felicidade ou para o estado de calma e bem-estar em dois dias. É preciso tempo, vontade, autocuidado e confiança.
Propomos que você reflita sobre isso.
Imagem de capa: Shutterstock/ViChizh
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA