Dirigido por Scott Derrickson, O Tefone Preto (2022) é um thriller de terror psicológico baseado no conto homônimo de Joe Hill. O filme combina elementos sobrenaturais e drama familiar para entregar uma história tensa e emocionalmente rica, marcada por atuações impactantes e uma ambientação claustrofóbica.
A trama se passa em uma pequena cidade americana dos anos 1970, onde crianças começam a desaparecer misteriosamente. No centro da narrativa está Finney Shaw (Mason Thames), um adolescente tímido que é sequestrado por um assassino mascarado conhecido como “O Grabber” (Ethan Hawke). Finney é desligar em um porão com paredes sombrias e vazias, onde um telefone desconectado na parede começa a tocar. A partir daí, ele recebe ligações de vítimas anteriores do sequestrador, que oferece conselhos para ajudá-lo a escapar.
Derrickson, conhecido por seu trabalho em A Entidade (2012), entrega aqui um suspense com uma carga emocional profunda, especialmente através da relação de Finney com sua irmã Gwen (Madeleine McGraw). Gwen, que possui visões sobrenaturais, é um dos pontos altos da trama, trazendo humor e força emocional à história.
Ethan Hawke se impressiona como o antagonista, em uma performance perturbadora e multifacetada. Seu Grabber é assustador, mas evita cair em clichês unidimensionais, graças à sutileza da atuação e ao uso magistral de máscaras expressivas que complementam sua caracterização.
A direção de arte e a trilha sonora reforçam a atmosfera sombria e nostálgica da década de 1970. O porão onde Finney é interrompido se torna quase um personagem por si só, com sua opressão física e simbólica.
Embora O Telefone Preto seja um filme de terror, seu foco está mais na superação do medo e na resiliência. É uma história sobre coragem, família e luta pela sobrevivência diante de um mal aparentemente invencível.
O filme tem seus pequenos tropeços, como alguns subtramas que poderiam ser mais desenvolvidos, mas no geral, é uma experiência envolvente e arrepiante, que equilibra horror e emoção com habilidade.