Os talentos são as capacidades intelectuais ou habilidades que nos levam a desenvolver alguma atividade com especial destreza. Quando dizemos que alguém tem talento, o que queremos dizer é que essa pessoa é muito boa no que faz e, além disso, é apaixonada e capaz de colocar todo o seu ser nisso.
Quando somos crianças, rapidamente as pessoas mais velhas podem observar nossos talentos mais inatos. Há crianças que não param de desenhar, outras de correr e pular, e outras são apaixonadas por observar insetos…
Quando somos pequenos, acreditamos de pés juntos em tudo que nosso entorno nos transmite. Somos seres inocentes, com pouca capacidade para decidir o que queremos ou não queremos fazer com nossa vida e, finalmente, muitas vezes caímos na armadilha da imposição cultural e social, perdendo a nós mesmos.
A escola, tal e como a conhecemos, faz parte de um sistema configurado como algo concreto, comum a todas as crianças. Nela realizam-se provas que avaliam a capacidade dos pequenos para desempenharem algo que, talvez, não seja do seu interesse. Uma filosofia que, além de ser um tanto injusta, é especialista em amordaçar talentos.
Pelo contrário, é naquilo que não a interessa e no que não é boa que colocamos professores oututores. Não é um grande absurdo?
Não podemos negar que tanto pais como educadores querem o melhor para as crianças e que suas boas intenções sempre estão presentes. O medo de que seu filho(a) não possa desenvolver um futuro promissor às vezes é tão grande que eles conseguem desmotivar a criança e levá-la por um caminho profissional que, longe de fazê-la feliz, pode detestar.
Agora, quando adultos, muito de nós não sabemos muito bem o que gostamos ou o que não gostamos. Ligamos apenas o piloto automático: escola, universidade, emprego… E agora? Quando temos que entrar no mundo do trabalho, nos damos conta de que o que fazemos não é o que queremos, de que nos formamos em algo em que não somos especialmente bons, ou que simplesmente não gostamos do que fazemos.
Se tivermos a sorte de perceber cedo que tudo isso está relacionado, talvez quando formos adultos poderemos resolver e começar a desenvolver esses talentos que ficaram encarcerados em nossa alma, mas que estão desejando sair novamente.
Muita gente espera se aposentar para voltar a fazer o que alegra seu espírito: viver na natureza, fazer coisas manuais, aprender música… Mas, na verdade, é uma pena que não tenham podido desfrutar toda uma vida fazendo isso devido ao medo de não poder viver uma “vida digna”, como nos dizia aquela voz gravada em nosso subconsciente.
O melhor presente que, como pais, podemos dar aos nossos filhos é valorizar, de forma sincera, seus talentos. Toda pessoa nasce com um dom e é daí que os pais devem apoiar os pequenos. Deixe de se irritar porque seu filho não para de pular e correr por todas as partes! Talvez seja o momento de escolher algum esporte para que ele possa desenvolver suas capacidades.
Quando uma criança se dá conta de que seus progenitores apoiam suas capacidades, sua autoestima vai nas nuvens. As crianças sempre querem a aprovação de seus pais e a necessitam para ter a certeza de que aquilo que gostam é algo bom.
Não pretendemos que as crianças deixem de estudar e aprender outras coisas que podem ser valiosas para sua vida. Toda a aprendizagem, bem ensinada, sempre soma. Mas devemos saber apreciar de uma forma mais especial seus talentos mais profundos e incentivar a melhorá-los, a desafiarem a si mesmos e, por que não, tentar viver deles.
Por outro lado, se você está lendo esse artigo e se identificou, talvez também seja o momento de voltar a buscar seus talentos. Esqueça do que te falam, porque certamente alguém dirá: “Isso não serve para nada!”, “Não tem futuro”, “É muito difícil ganhar a vida com isso!”, etc…
O que acontece é que não estamos acostumados a reagir pelo hedonismo a longo prazo e nos rendemos muito rápido, influenciados quase sempre por nosso entorno. Todavia, ainda é tempo de desenvolver nosso talento e mostrar ao mundo tudo que vive dentro de nós, tudo que temos para dar.
Imagem de capa: Shutterstock/Rob Hainer
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE E MARAVILHOSA
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