Talvez você já tenha sentido que não progride quando está estudando. Se este for o seu caso, vai gostar de conhecer a técnica de Feynman que apresentaremos neste artigo.
Pode ser que alguma vez você já tenha se perguntado por que seu ritmo de aprendizagem é tão lento, ou até mesmo tenha se desesperado depois de várias tentativas fracassadas de memorizar o significado de um conceito. Reter informações em nossa mente às vezes não é tão simples.
Para ajudá-lo nesse aspecto, apresentamos a técnica de Feynman, uma estratégia simples e eficiente para adquirir novos conhecimentos de forma mais rápida e profunda. Continue lendo para descobrir em que consiste.
“Se você não pode explicar algo de forma simples, não entendeu o suficiente.”
-Albert Einstein-
Quem foi Richard Feynman?
Richard Feynman era um físico teórico americano. É conhecido pelo seu trabalho na formulação por meio das integrais de linha da mecânica quântica, a teoria da eletrodinâmica quântica e a física da superfluidez do hélio líquido sub-resfriado, assim como pelo modelo Parton na física de partículas.
Por suas contribuições para o desenvolvimento da eletrodinâmica quântica, Feynman, junto com Julian Schwinger e Sin-Itiro Tomonaga, recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1965. Além disso, de acordo com uma pesquisa de 1999 da revista britânica Physics World, dos 130 principais físicos citados de todo o mundo, Feynman foi classificado como um dos dez maiores físicos de todos os tempos.
“Eu não sei o que acontece com as pessoas: elas não aprendem pela compreensão; aprendem de alguma outra forma, pela rotina ou de algum outro modo. Quão frágil é o seu conhecimento!”
-Richard Feynman-
Em que consiste a técnica de Feynman?
A técnica de Feynman foi explicada por seu biógrafo James Gleick no livro Genius: The Life Science of Richard Feynman. Usando esta técnica, qualquer pessoa pode adquirir novos conhecimentos de forma eficiente se assim se propuser. Na verdade, também é uma poderosa ferramenta de estudo para se preparar para qualquer prova.
“O que eu não posso criar, não entendo”.
-Richard Feynman-
James Gleick conta como Feynman abriu seu novo caderno e escreveu na capa “Caderno de coisas que ainda não conheço“. Feynman estava reorganizando seus conhecimentos. E o fato é que o físico sempre tentava chegar ao núcleo de cada assunto que estudava. O que ele pretendia era escrever neste caderno todas as explicações dos conceitos que estava desenvolvendo em sua pesquisa.
Talvez possamos pensar que poderíamos fazer o mesmo com um amigo. Teríamos que lhe dizer aquilo que aprendemos com o objetivo de memorizá-lo e compreendê-lo melhor toda vez que explicarmos para tal amigo. No entanto, nem sempre temos um amigo tão útil e paciente. Portanto, Feynman desenvolveu uma técnica variante, mas igualmente eficaz: aprender explicando.
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A ideia básica dessa técnica consiste em ler ativamente o material de estudo e depois tentar explicá-lo de maneira simples, como se estivéssemos nos dirigindo a uma criança ou a uma pessoa com menos conhecimento do que nós sobre esse assunto. Assim, esta forma de aprendizagem se valoriza como uma metodologia ativa, pois ao explicar a matéria que estamos estudando, teremos que usar outra linguagem e estratégias diferentes. Desta forma, será muito mais fácil percebermos os erros e aprender de maneira mais eficiente.
“A melhor maneira de entender algo é explicá-lo.”
-Richard Feynman-
Os 4 passos da técnica de Feynman
A técnica de aprendizagem de Feynman é composta de 4 simples etapas. Vamos ver em que consistem.
Primeiro passo
Para começar, devemos pegar uma folha de papel e escrever na parte superior o nome do conceito que estamos estudando. Por exemplo, se estamos estudando o teorema de Pitágoras, devemos escrevê-lo no topo da página ou papel.
Segundo passo
Uma vez escrito o conceito, ele deve ser descrito com nossas próprias palavras e usando uma linguagem simples, como se estivéssemos explicando para outra pessoa. Se seguirmos com o exemplo do teorema de Pitágoras, teríamos que escrever algo como “em um triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”.
Terceiro passo
O terceiro passo consiste em revisar tudo o que escrevemos com o objetivo de identificar aquelas partes que não estão perfeitamente explicadas, que são confusas ou que não estão bem escritas. Para isso, podemos retornar às nossas anotações ou até procurar novas informações a respeito do assunto. Também é útil usar exemplos que reforcem o conhecimento.
Quarto passo
O último passo consiste em fazer uma revisão final do que foi escrito. Assim, se usamos uma linguagem muito complexa, podemos reescrever o texto para torná-lo mais simples e inteligível. Para isso, podemos usar metáforas ou analogias. O importante é nos certificarmos de que o discurso possa ser compreendido por qualquer pessoa.
Se depois de seguir esses quatro simples passos nossa explicação ainda não for compreendida, talvez não tenhamos entendido completamente o que estudamos. Nesse caso, devemos iniciar o processo novamente.
Imagem de capa: Shutterstock, Solis Images
TEXTO ORIGINAL DE A MENTE É MARAVILHOSA