Por incrível que pareça, muitas vezes deixamos de prestar atenção em tudo de bom e em todas as pessoas maravilhosas que caminham conosco, focados que estamos nas atribulações mecânicas de nosso cotidiano. Debruçamos sobre nossos trabalhos com todas as nossas forças, esquecendo-nos de alimentar a nossa alma, de recarregar o nosso emocional, nossa afetividade.
Esvaziamo-nos de sentimentos, na esperança de conseguirmos obter cada vez mais bens materiais, pois queremos galgar vários degraus do êxito profissional, da ascensão social. Afinal, hoje, status relaciona-se tão somente ao tanto de matéria acumulada e aos dígitos impressos em nossa conta bancária.
Pouco se atenta para o que as pessoas sentem, fazem sentir, para o que acumulamos dentro de nós. Se ninguém vê aquilo tudo que nos enriquece as alma, que se sobressaiam os enriquecimentos visíveis e ostentáveis pelas ruas, pelos bairros, pelas redes sociais. Infelizmente, há muito tempo sendo dedicado a viagens chiques, a estilos de vida nababescos, ao passo que pequenos gestos de amor são relegados a segundos e terceiros planos.
Nesse contexto de valores invertidos, muitos de nós priorizamos o que não se relaciona com as pessoas mais próximas, com o afeto verdadeiro que têm para conosco. Preocupamo-nos mais com o que o fulano da esquina pensa do que com o que a pessoa que nos ama sente. E é assim que deixamos de nos responsabilizar amorosamente com quem torce por nós verdadeiramente. É assim que perdemos, aos poucos, todos que teríamos que manter por perto.
As pessoas que não possuem relação afetiva conosco não serão atingidas a fundo por nós. Machucamos, profundamente, somente as pessoas que nos amam. Portanto, tenha responsabilidade amorosa com o outro. Coisas se vão e se substituem; coisas a gente compra de novo. Pessoas a gente perde para sempre…