A amizade ancestral entre o homem e o cachorro pode ser uma poderosa ferramenta de transformação na vida de ambos. E mais uma prova disso é a história do menino Raylon Lomeu, de 8 anos, que tem autismo e começou a falar após participar do projeto Bicho Terapeutas, no qual os cães Nino, Thor e Tacha ajudam crianças e adultos durante sessões de fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e psicologia realizadas na rede pública, em Morrinhos, na região sul de Goiás.
“Com a presença do cão, a gente consegue que ele se comunique, fale com a gente, dê respostas, faça perguntas, coisas que não fazia. A criança fica mais espontânea, à vontade. Foi um resultado incrível”, afirma ao G1 a fonoaudióloga Meiriely Duarte Silveira, responsável pelo tratamento.
Pai de Raylon, José Ricardo Dias Lomeu espera uma evolução constante do filho.
“Eu me sinto confiante que ele vai melhorar sempre. Cada dia uma coisa que ele faz é uma conquista para nós. Espero que seja independente, consiga se defender”, disse.
Professora do curso de zootecnia do Instituto Federal Goiano, Aline Camargos criou o projeto em 2014 e, desde então, 30 pessoas já foram atendidas pelos bichos — uma maritaca também compõe o time. Atualmente, 12 pacientes fazem terapia com os animais, uma vez por semana. O tratamento dura, no mínimo, seis meses.
A estudante Rayssa Vieira, de 15 anos, nasceu com hidrocefalia e teve os movimentos prejudicados por causa de uma lesão na coluna. Os cães são como um espelho para ela durante as sessões de terapia ocupacional.
“Aqui, a gente realiza a escovação do pelo do cão e, depois, a gente traz isso para a atividade do dia a dia, que é pentear os cabelos”, explica a terapeuta ocupacional Natasha Azeredo.
Enquanto Raylon e Rayssa aprendem os movimentos, o aposentado Arnaldo Vieira Ramos, de 75 anos, precisa ganhar força para fazê-los novamente. Ele sofreu um acidente vascular cerebral em 2011 e perdeu a força do braço e perna esquerdos. Em vez de levantar pesos, ele levanta o Nino.
Os resultados surpreendem alunos e professores que desenvolvem o projeto.
“Os animais entram acelerando o processo de ganho de saúde. Me sinto realizada de ver o ganho dos pacientes e, não só dos pacientes, percebo que os alunos que eu trago evoluem muito como cidadãos. A gente percebe que o aluno que está ajudando é alguém que também precisava de ajuda”, destaca Aline.
Cães são mesmo anjos de quatro patas. Alguém ainda duvida disso?
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Destaques Psicologias do Brasil. Com informações de: G1.
Imagem destacada: Paula Resente/G1