Por Marie Miguel
Em muitos casos, antes de decidir por um divórcio, muitos casais tentam se comprometer com uma terapia de casal, para resolver seus conflitos ou até mesmo para entender e compreender os sentimentos do outro. No entanto, não são todos os casos que a terapia de casal funciona ou não são todos os casais que passam por ela antes de decidir pelo divórcio.
Em realidade, a taxa de divórcio no Brasil em 2020 foi a maior nos últimos anos, foram mais de 40 mil processos. As principais causas podem estar relacionadas à pandemia do COVID-19, em que casais que antes não dividiam tanto o convívio do dia-a-dia passaram a ver seu relacionamento pressionado por questões como isolamento social.
O divórcio nem sempre é a pior saída para um casal. Porém, torna-se mais complicado quando há outras questões a se considerar, por exemplo, a guarda dos filhos. Crianças, que crescem num lar em que o casal está presente, acostumam-se à ideia de ter as duas figuras parentais ali. Mesmo que um divórcio seja sim a melhor solução tanto para o casal quanto para as crianças, essas acabam se vendo no meio de uma situação que envolve advogados e decisões de juiz para decidir ou quem terá a guarda total, guarda parcial ou guarda compartilhada.
Quando o processo judicial decide pelo tipo de guarda a ser aplicada, pode ser que a criança se afaste emocionalmente e/ou fisicamente de um dos cônjuges, ou um dos cônjuges se afaste da criança, seja por decisão própria ou não. Nesses casos, a chamada terapia de reunificação surge como uma possível solução à situação.
Os motivos para filhos e pais se afastarem após um divórcio podem ser vários. Dependendo da razão, a terapia de reunificação familiar pode ser uma escolha da própria família ou pode ser ordenada pela justiça. Nesse último caso, o juiz decide pela terapia de reunificação quando um dos cônjuges se recusa pelos métodos de mediação para resolver a situação familiar delicada, ou quando a própria criança se nega a encontrar-se ou ficar um tempo com um dos cônjuges.
Seja qual for a razão, a terapia de reunificação deve ser feita por um therapist, ou terapeuta, licenciado. O objetivo é reunir novamente os pais e os filhos e ajudá-los a resgatar um relacionamento com suporte e conexão emocional entre eles. Não busca-se reverter o divórcio, porém manter as bases da família unificada, em colocar filhos e pais em um vínculo emocional novamente. Afinal, há pesquisas científicas que comprovam que as crianças desenvolvem-se melhor quando há a figura de ambos pais em suas vidas.
A terapia de reunificação familiar começa pela avaliação de um terapeuta. O objetivo é colocar os interesses das crianças em primeiro plano e trabalhar com toda a família reunida. Dessa forma, busca-se avaliar os pontos centrais e de maior atrito na determinada família, especialmente na relação entre pais e filhos.
Há, portanto, duas etapas a seguir:
Primeiramente, o terapeuta encontra-se individualmente com cada membro da família. Com os pais, busca-se entender melhor os termos e condições envolvidos no divórcio quanto à guarda das crianças e tenta-se criar um ambiente de confiança entre o casal para que eles trabalhem em busca do relacionamento da família juntos.
Já com as crianças, o terapeuta busca entender quais são as principais queixas, os principais desafios da relação delas com os pais, assim como procura ajudá-las a enxergar como seria benéfico ter um relacionamento positivo com os pais.
Na segunda etapa, após as entrevistas individuais, as sessões em grupo da família começam. Nessa parte, vários métodos para ajudar na conciliação das partes são colocados em prática. Caso as crianças sejam muito novas, atividades lúdicas, que envolvem brincadeiras e atividades são uma alternativa. De qualquer forma, a conversa vai ser sempre um método importante para avaliar o relacionamento e desenvolvimento de todos.
O objetivo é integrar toda a família, seja por conversas ou atividades, a fim de melhorar a conexão emocional e a comunicação entre eles. Tudo vai depender dos resultados. Caso os métodos não estejam tendo o desenlace esperado, as técnicas serão adaptadas pelo terapeuta.
Em casos que não são extremos, quando não há uma ordem judicial, pode-se procurar por esse tipo de terapia para a sua família de maneira independente também. Afinal, essa terapia busca conectar emocionalmente filhos e pais novamente, sejam quais foram as razões para o distanciamento deles.
Os resultados da terapia de reunificação familiar vão depender tanto da dinâmica da família quanto da vontade de cada um envolvido. Obviamente, o primeiro passo importante é procurar por um bom terapeuta, licenciado e com experiência nesse tipo de terapia. Outro ponto importante é demonstrar aos filhos e cônjuge que a terapia não é algo obrigatório, mas que ela poderia vir a ajudar no relacionamento de todos e gerar frutos positivos.
É uma modalidade terapêutica de longo-prazo, ou seja, os resultados serão atingidos após um período maior de tempo, no mínimo de 8 a 12 semanas. Os sucessos serão garantidos se ambos os pais construírem uma relação de confiança com o terapeuta. É também importante que o casal, ou ex-casal, apoie um ao outro em serem pais das crianças, tome decisões conjuntas relacionadas aos filhos e preze pela boa comunicação.
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Marie Miguel has been a writing and research expert for nearly a decade, covering a variety of health- related topics. Currently, she is contributing to the expansion and growth of a free online mental health resource with BetterHelp.com. With an interest and dedication to addressing stigmas associated with mental health, she continues to specifically target subjects related to anxiety and depression.
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