Nosso tempo histórico pós-moderno é marcado, principalmente, pelos avanços tecnológicos que nos colocam imersos no mundo digital, onde as informações chegam a todo instante na tela do nosso celular. Tais recursos nos possibilitam comprar sem sair de casa, pagar sem a necessidade de utilizar cédulas, acessar conteúdos dos mais diversos tipos (redes sociais, cursos online, consultas com profissionais, trabalhos a distância, e tudo o mais que encontramos na rede). Por outro lado, cada vez mais transferirmos nossas relações para o mundo virtual, diminuindo o tempo de espera, o contato face a face e as interacões sociais.
A impressão de que o tempo passa muito depressa e de que sempre temos muito trabalho a fazer, as exigências de nos atualizar incessantemente já que tudo muda rapidamente ou se torna obsoleto, as inseguranças relacionadas ao futuro, as preocupações econômicas e a necessidade de consumir cada vez mais coisas para nos sentir parte da sociedade nos dominam na maior parte do tempo. Todo esse contexto no qual temos construído nossos vínculos e afetos com outros seres humanos tem contribuído para transtornos emocionais de ansiedade.
Entre os transtornos de ansiedade incluem-se as fobias específicas (medo excessivo e irracional de algum objeto ou situação), agorafobia, transtornos do pânico, de ansiedade generalizada, de ansiedade social, obsessivo-compulsivo, de estresse pós traumático e outros níveis agudos de estresse.
Os pacientes que sofrem transtornos de ansiedade podem manifestar sinais e sintomas como: taquicardia, sudorese, pensamentos acelerados e catastróficos, agitação psicomotora, palpitações, falta de ar, dificuldades de se concentrar, insônia, entre outros.
Quando os sintomas prejudicam as funções básicas do paciente, como dormir e se alimentar, ou lhe incapacitam de trabalhar e socializar pode ser necessário o uso de medicamentos psiquiátricos.
Já o papel do psicólogo envolve investigar a história de vida do paciente, a qualidade dos seus vínculos afetivos e familiares, a imagem que o paciente faz de si mesmo, os significados associados aos sintomas e os gatilhos que despertam as crises de ansiedade ou medo.
Observa-se a tendência nos sujeitos que sofrem com ansiedades de projetarem suas angústias e medos internalizados para o mundo externo, alem da presença do sentimento de insuficiência e inadequação diante do outro, o medo excessivo do julgamento, a culpa e a sensação de desamparo.
Por tudo isso, diagnosticar e buscar “normatizar” o comportamento humano não será suficiente para aplacar a ansiedade. Existe a necessidade de se ir além do biológico, compreendendo as razões de ser dos sintomas através do retorno à subjetividade, ou seja, à fala do sujeito, ao seu corpo, marcado por questões psíquicas, sociais e culturais.
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