O conceito de “tripé terapêutico” é mencionado com frequência entre psicoterapeutas, e faz referência a três atividades que sustentam a boa prática na terapia. Estas são: Estudos Teóricos, Terapia Pessoal e Supervisão
A importância de se aprofundar e manter-se atualizado dentro de determinado referencial prático-teórico, ou seja, dos estudos teóricos, é imensa. O profissional que continua estudando e se aprimorando, seja ele psicólogo, psicanalista ou psiquiatra (ou engenheiro, professor, mecânico etc, é capaz de desempenhar, com consistência, serviços de maior qualidade do que um profissional que tenha abandonado os estudos após obter seu diploma. A razão é simples: Conhecimento é um processo, não algo pontual.
Por mais experiência prática, conhecimento e reconhecimento que um terapeuta possa ter, ele passa sua carreira inteira lidando com casos novos, diversos e complexos. Cada pessoa é única, e todo “caso” é um “caso de estudo”. Ao continuar sua educação, complementando tudo aquilo que já aprendeu na faculdade, nas especializações, aprimoramentos, cursos e afins, o profissional pode aprender aspectos cada vez mais específicos de sua prática, além de participar das contínuas novas descobertas anunciadas em estudos e periódicos. O estudo do profissional graduado passa a ser pautado pela sua prática: Um caso de transtorno opositor infantil, por exemplo, demanda maior compreensão dos processos de aprendizagem, das características deste transtorno, da terapia infantil de maneira geral, e assim por diante.
A contribuição da terapia pessoal é distinta e complementar: O terapeuta precisa ter muita clareza, ao discutir as questões de seus pacientes, se está deixando alguma questão pessoal interferir no processo. A terapia pessoal ajuda a terapeuta a discriminar as dificuldades do paciente de suas próprias, processo de modelagem que o torna cada vez mais atento à demanda do paciente. Além disso, a prática clínica envolve bastante carga emocional. O terapeuta confronta muitas situações de sofrimento, demanda e cobrança, e a terapia pessoal é a “vez” do terapeuta ser acolhido e fortalecido.
A supervisão consiste em um processo de discussão de casos e avaliação de performance conduzido entre o terapeuta e seu supervisor. Neste espaço, o terapeuta discute as dificuldades que enfrenta em sua prática, e recebe orientações do supervisor acerca de como superá-las. Além disso, recebe orientações sobre a conduta e os procedimentos que adota em sessão.
Sendo assim, fica clara a opção pelo termo “tripé”: São os estudos, a terapia pessoal e a supervisão que mantêm o profissional firme em sua atuação e competente em sua prática.